postado em 17/06/2008 17:06
O advogado Roberto Teixeira enviou nesta terça-feira fax ao presidente da Comissão de Infra-Estrutura do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO) confirmando sua presença, nesta quarta, na segunda audiência pública para discutir a venda da Varig. Contudo, solicitou depoimento em separado dos três sócios brasileiros do Fundo Matlin Patterson, que comprou a VarigLog e, depois, a Varig: Marco Antônio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel, que também comparecem à audiência.
Perillo respondeu ao escritório de Roberto Teixeira ser impraticável atender o pedido, alegando que, na audiência pública da semana passada, somente o depoimento da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu durou cerca de oito horas. Perillo não teve nenhuma reação do escritório de Teixeira à sua negativa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros teriam avaliado nesta terça, durante reunião da Coordenação Política, que "não haverá nenhum problema" se o advogado e empresário Roberto Teixeira prestar depoimento. A informação é de um dos participantes da reunião, em Brasília.
Teixeira, compadre do presidente, foi acusado pela ex-diretora da Anac Denise Abreu de tráfico de influência no negócio. Durante a reunião, os ministros e o presidente teriam dito, segundo a fonte, que o caso perdeu força na mídia durante o fim de semana e que o depoimento de Denise Abreu à Comissão de Infra-Estrutura, na semana passada, não apresentou "novidades".
De acordo com o participante da reunião, Lula e os ministros teriam considerado também que não haverá problemas com o depoimento do empresário Marco Antonio Audi, que afirma ter pago a Teixeira 5 milhões de dólares para interferir no processo a favor do Fundo Matlin Patterson, que acabaria comprando a VarigLog. Audi era, na época da negociação, um dos três sócios brasileiros do fundo.