Politica

Falta de defesa de Paulinho faz Conselho de Ética da Câmara paralisar investigação

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postado em 18/06/2008 18:05
Sem receber a defesa por escrito do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), o Conselho de Ética da Câmara praticamente paralisou as investigações sobre o pedetista no processo em que ele é acusado de quebra de decoro parlamentar. O relator do processo no Conselho de Ética, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), disse que só poderá marcar o depoimento de Paulinho e de outras testemunhas do processo depois de receber a defesa do parlamentar. "Nós não podemos fazer nada, convidar ninguém, até que ele apresente a sua defesa. A partir da defesa escrita, marcamos a sua defesa oral no Conselho de Ética, depois vamos ouvir as testemunhas arroladas para o caso", afirmou Piau. Paulinho é acusado de envolvimento em um esquema de desvio de empréstimos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O deputado ainda não encaminhou ao conselho a sua defesa porque, pelo regimento da Câmara, tem o prazo de cinco sessões ordinárias para fazê-lo. Até agora, somente três sessões foram contabilizadas, o que na prática deve estender o prazo para a entrega da defesa até a semana que vem. O pedetista pretende utilizar ao máximo o período que lhe foi concedido para elaborar o texto que será entregue ao conselho. Apesar da demora, o relator disse que vem realizando atividades administrativas para dar curso às investigações. "Estamos visitando órgãos que têm envolvimento no caso, colhendo subsídios. Já pedimos uma auditoria nos documentos que o corregedor [deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE)] encaminhou ao Conselho de Ética." O conselho cancelou reunião nesta quarta-feira que havia sido marcada para estabelecer um cronograma de trabalhos no caso Paulinho. A visita do príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, ao Congresso Nacional, paralisou as atividades das comissões da Câmara a pedido do presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Na semana passada, Paulinho pediu licenciamento da presidência estadual do PDT e afastamento da Executiva nacional do partido. O deputado vai ficar longe das atividades da legenda enquanto estiverem em curso as investigações. Em nota divulgada pelo presidente em exercício do PDT, deputado Vieira da Cunha (RS), o partido argumenta que o afastamento de Paulinho tem como objetivo "preservar a sigla naquilo que a tem diferenciado ao longo dos seus 28 anos de história, qual seja o inabalável compromisso do PDT com os princípios da moralidade pública e probidade administrativa". Em carta encaminhada ao partido, Paulinho disse que as denúncias de envolvimento em desvio de empréstimos no BNDES são fruto de uma "implacável, insidiosa e perversa campanha de desmoralização pública". O deputado negou ter cometido tráfico de influência para conquistar empréstimos do BNDES para empresas e prefeituras. "Sobre essas acusações, provarei a minha inocência", disse.

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