postado em 19/06/2008 09:42
O presidente da CPI dos Cemitérios, Rogério Ulysses (PSB), será o voto de minerva na decisão sobre a convocação da secretária de Desenvolvimento Social, Eliana Pedrosa, para prestar depoimento nas investigações. O assunto será discutido hoje. Se depender dos oposicionistas, Eliana terá de dar explicações, da mesma forma como ocorreu na semana passada com o empresário Francisco Moacir Pinto Filho, dono da concessão dos seis cemitérios do Distrito Federal. Mas a tendência é de que a base do governo consiga operar no sentido de preservar a parlamentar licenciada.
Na sessão de ontem, Rogério Ulysses evitou colocar o requerimento sobre o assunto em votação. Ele articula uma estratégia para não ter desgastes com o Executivo ; já que faz parte da base de apoio ao governo ; e tampouco com a opinião pública. Desde o começo, ele sempre foi a favor de uma investigação profunda em todos os aspectos levantados. Por isso, ficaria numa situação difícil para votar contra a realização de um depoimento que pode esclarecer parte das denúncias sobre a crise, principalmente a relacionada a uma suposta extorsão para aprovar o funcionamento de funerárias. Também pairam dúvidas sobre a relação de Eliana e o consórcio que venceu a licitação para concessão dos cemitérios em 2002.
Partiu de governistas a idéia de Eliana se apresentar espontaneamente para falar sobre o assunto. A secretária poderá entregar hoje um requerimento em que pedirá para prestar depoimento. Nesse contexto, a expectativa é de que o compromisso fique para depois do recesso parlamentar, até porque os distritais só trabalham até quinta-feira da próxima semana. A partir daí, estarão de férias. É bastante provável que fique nas mãos de Rogério a decisão de aprovar hoje o documento de autoria de Eliana. Isso porque há dois distritais da base ; Benício Tavares (PMDB) e Júnior Brunelli (DEM) ; e outros dois da oposição ; José Antônio Reguffe (PDT) e Érika Kokay (PT). Em caso de empate, caberá ao presidente declarar o voto de minerva.
Sem datas
A data e as condições do depoimento ainda deverão ser discutidas na CPI. Mesmo com a aprovação do requerimento, não há garantia de que, de fato, Eliana compareça no plenário da Câmara Legislativa para responder aos questionamentos dos deputados. Na CPI da Gautama, por exemplo, que tem Brunelli como relator, vários requerimentos foram aprovados e posteriormente desaprovados. E mais: a CPI aprovou há meses a convocação do ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Roberto Figueiredo Guimarães, mas nunca marcou a data.