postado em 19/06/2008 18:42
A polêmica aliança PT, PSB e PSDB em Belo Horizonte (MG) ganhou novos elementos nesta quinta-feira. O deputado estadual Rogério Correia e Sumara Ribeiro, do Diretório Estadual do PT em Minas Gerais, pediram nesta quinta-feira à Executiva Nacional da legenda que determinem intervenção preventiva no Diretório Municipal. Correia e Sumara alegam que a ordem de veto à parceria tucana não está sendo obedecida pelos petistas de BH.
"A decisão que está posta provoca um sentimento de desmoralização em toda a militância e também ameaça as negociações para 2010", afirmou Sumara. "Não há dúvidas de que o governador Aécio Neves é candidato em 2010 e essas negociações que estão sendo feitas agora podem favorecê-lo" , disse Correia.
No documento protocolado hoje na executiva, Correia e Sumara argumentam que a Executiva Nacional do PT tem de atuar para garantir a orientação que proibiu a aliança de petistas e do PSB com o PSDB em Belo Horizonte.
"Queremos assegurar que as decisões democraticamente aproveitadas sejam respeitadas e nas próximas eleições municipais o Partido [dos Trabalhadores] e seus aliados possam se apresentar com expressão própria, em oposição ao governo Aécio, do PSDB, tal como estabelecido em congressos e instâncias partidárias", diz o documento.
Negociações
Desde o final do ano passado, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), negociam a chapa liderada por Márcio Lacerda (PSB) tendo como vice Roberto Carvalho (PT). Mas o comando nacional do PT determinou o veto à parceria com o PSDB sob a alegação que a negociação teria repercussão nacional.
Nesta quinta-feira, o assunto volta a ser tema de debates na Executiva Nacional do PT que está reunida em Brasília. Além de BH, outras questões envolvendo mais 21 cidades com mais de 200 mil habitantes serão discutidas. Em todos esses locais petistas tentam negociar alianças com partidos que não pertencem à base aliada nacional, como PSDB, DEM e PPS.
As reuniões da executiva estão marcadas para esta quinta e sexta-feira. O secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, disse que não é possível prever se as discussões serão conclusivas nesta quinta-feira ou se continuarão na sexta.