postado em 20/06/2008 20:08
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez nesta sexta-feira uma vigília de cinco horas no plenário do Senado para garantir a leitura de uma mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que autoriza empréstimo de US$ 1,1 bilhão ao governo do Rio Grande do Sul junto ao Banco Mundial (Bird). O senador conseguiu estender a esvaziada sessão plenária ao longo da sexta-feira para permitir a leitura da mensagem até que o texto chegasse ao Senado.
Como apenas os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI) e Gim Argello (PTB-DF) estavam no plenário, Simon se revezou com o democrata em longos discursos para impedir o encerramento da sessão - uma vez que Argello ocupou a presidência da Casa na tribuna. O regimento da Casa prevê que, após os discursos dos oradores inscritos, as sessões não-deliberativas (sem votações) devem ser encerradas.
Para evitar o fim da sessão sem a leitura do texto, Simon e Heráclito se revezaram nos discursos na tribuna - sem direito a pausa para almoço. Depois de mais de cinco horas de sessão, a mensagem enfim chegou ao plenário e foi lida por Argello.
A pressa de Simon se justifica uma vez que, na semana que vem, o Congresso estará em "recesso branco", com as atividades do plenário praticamente paralisadas, em conseqüência das festas juninas e das convenções para as eleições municipais. O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), autorizou que os deputados não compareçam ao Congresso para acompanharem as festas e as convenções.
A mensagem tinha que ser lida nesta sexta-feira em plenário para entrar na pauta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na semana que vem com a possibilidade de ser analisada pelos parlamentares antes do recesso parlamentar, em julho - uma vez que representantes do governo do Rio Grande do Sul vão viajar para os Estados Unidos no início de julho para firmarem o empréstimo com o Bird.
"O Simon deu uma aula de persistência e, acima de tudo, de experiência parlamentar. Mostrou ao Brasil que vontade e garra são fundamentais para as conquistas e essa, para o Rio Grande do Sul, é fundamental. Foi uma guerra contra a burocracia", disse Heráclito.
Simon, por sua vez, justificou a "vigília" com o argumento de que os recursos serão fundamentais para o Rio Grande do Sul renegociar dívidas do Estado. "Dá para ver que, apesar de todos os pesares, há momentos em que a gente pode dar as mãos e a soma é para todos", afirmou.
Segundo o peemedebista, o governo estadual vai fazer uma espécie de "troca" ao firmar o empréstimo - uma vez que vai deixar de pagar juros do financiamento da dívida com taxas de 18% ao ano para o governo federal e passará a pagar taxas até 12% no empréstimo com o banco.