postado em 21/06/2008 13:34
A manutenção da aliança entre PPS e PV para a eleição deste ano e futuras disputas foi a única certeza observada nesta sexta-feira (20/06) na entrevista em que o deputado Raul Jungmann (PPS) anunciou oficialmente a retirada da sua pré-candidatura à Prefeitura do Recife. O destino da aliança (a quem darão apoio), a possibilidade de aceitação da vice em alguma chapa de oposição ou mesmo se há restrição a algum pré-candidato, nada foi devidamente esclarecido. Ou seja, as conversas com os partidos de oposição estão em aberto. No entanto, como o Diario adiantou ontem, o apoio ao prefeiturável Raul Henry, do PMDB, está descartado, segundo confirmação obtida nos bastidores do evento. Restam Mendonça Filho (DEM), a quem o PV quer aderir, e Carlos Eduardo Cadoca (PSC), o preferido do PPS. A definição deve sair até a próxima quarta-feira.
Na entrevista, concedida em conjunto com o presidente estadual do PV, ex-deputado João Braga e lideranças dos dois partidos, Jungmann confirmou que a falta de recursos inviabilizou o projeto da candidatura. Disse que se empenhou em buscar apoio financeiro, mas não conseguiu, e que, com o caixa vazio, atrapalharia a si e aos pré-candidatos a vereador da coligação. Declarou ainda que não é vergonha ter dinheiro, mas sim fazer qualquer acordo para obtê-lo.
"Faço questão de dizer que saímos não por não termos propostas para o Recife, tempo de televisão, agenda, uma aliança que muito nos honra e é moderna, importante para a política pernambucana e recifense", disse. "Não falhamos em outros campos. Foi isso (a falta de recursos) que impediu que chegássemos lá", completou, exemplificando que soube da existência de uma pré-candidatura com orçamento de campanha de R$ 7,8 milhões e um outro teve um contrato de R$ 2,8 milhões com uma produtora. "Esse é o jogo pesado da materialidade. Mas não sofremos de anencefalia, de idéias e propostas. Neste jogo (do dinheiro) somos menores, somos pequenos".
Jungmann disse ainda que sua decisão não significa fracasso porque o "pólo" surgido com a aliança PPS/PV representa o novo em termos de política recifense e pernambucano. "Esse sonho de organizar para levar a transformação continua. Há um espaço conquistado e é importante prosseguir. Ficam as idéias e propostas. A noção de que o Recife carece de rumo, sem uma educação estamos assassinando o futuro e temos propostas para resolver isso".
João Braga, por sua vez, declarou ter acompanhado o esforço de Jungmann em busca de recursos e ressaltou a importância de PV e PPS permanecerem unidos. Não só pela afinidade programática e de ideais, mas porque não podem abrir mão de estar juntos na proporcional - se optarem por caminhos diferentes na majoritária, não poderão se coligar na disputa para vereador. "Não podemos ter resolução para o PV que não seja compreendida pelo PPS. Nada fica desmontado. Nossos candidatos (ao Legislativo) estão juntos e não podemos frustrar essas pessoas".