postado em 22/06/2008 09:39
Os investigadores da Polícia Federal em Minas Gerais vão se concentrar, a partir de amanhã, na análise dos documentos apreendidos em sete Estados e no Distrito Federal durante a Operação João-de-Barro, deflagrada na sexta-feira. Os agentes querem, de posse de novos dados, reforçar o pedido feito à Justiça Federal para prender os prefeitos envolvidos no esquema de desvio de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção de casas populares e obras de saneamento básico
Os pedidos de prisão já foram encaminhados aos Tribunais Regionais Federais (TRFs). Até o início da operação, no entanto, nenhum deles foi autorizado pela Justiça. Por isso, a PF decidiu cumprir os mandados de que já dispunha - de busca e apreensão e prisão de 38 funcionários públicos, lobistas e empresários - e esperar, para uma segunda etapa, por uma decisão da Justiça em relação aos prefeitos
Parte dos presos já foi ouvida pelos delegados responsáveis. Os demais começarão a ser ouvidos amanhã. A PF pretende ainda prender outras 12 pessoas nos próximos dias, completando assim os 38 mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal e de 1ª instância. Todos devem ficar presos por pelo menos cinco dias para a instrução penal. A PF pode pedir à Justiça a prorrogação desse prazo.
A análise dos documentos também é apontada pelos investigadores como essencial para descobrir quanto de fato a organização criminosa desviou dos recursos públicos do PAC. Por enquanto, a PF sabe que as empresas envolvidas controlavam obras em 119 municípios num total de R$ 700 milhões e pretendia desviar mais R$ 2 bilhões, entre recursos liberados por emendas parlamentares e financiamentos da Caixa e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).