Politica

Lula veta superávit de 5% para preservar programas

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postado em 23/06/2008 10:55
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspendeu a discussão sobre a possibilidade de um novo aumento da meta de superávit primário apesar de conselheiros econômicos do governo defenderem a adoção de tal medida, seja para conter a inflação, seja para acelerar a redução da dívida pública brasileira. Um dos principais motivos de polêmica dentro da equipe econômica desde o primeiro mandato de Lula, a proposta de arrocho fiscal maior foi arquivada, por enquanto, devido à combinação de quatro fatores, dos quais três são essencialmente políticos. Segundo auxiliares, o presidente mantém a disposição de preservar de eventuais cortes de gastos os programas sociais e os investimentos na área de infra-estrutura. Age assim por entender que a combinação entre Bolsa Família e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sustenta o slogan ;crescimento com inclusão social;, festejado por governistas como marca da gestão atual e como trunfo para as eleições presidenciais de 2010. Nesse contexto, um ajuste fiscal mais rigoroso colocaria em risco parte de projetos prioritários, já que o caixa da União estaria, hoje, no limite. Nos 12 meses encerrados em abril, o superávit primário do setor público, ou a economia realizada para o pagamento de juros da dívida, foi de 4,23% do Produto interno Bruto (PIB). O percentual está abaixo da nova meta, de 4,3%, que foi anunciada no fim do mês passado. Antes, era de 3,8%. Conselheiros do presidente, como Luiz Gonzaga Belluzzo, queriam que chegasse a 5%. Alegavam que, com menos gastos públicos pressionando a inflação, o Banco Central poderia reduzir a dose de juros aplicada na economia. ;Aumentar o superávit de 3,8% para 4,3% não é pouca coisa, ainda mais para um governo que perdeu uma fonte de receita, a CPMF, de R$ 40 bilhões anuais;, diz um ministro que participou na quinta-feira passada, no Palácio do Planalto, de reunião sobre os rumos da economia. Além de Lula e Belluzzo, estavam presentes os titulares da Casa Civil, Dilma Rousseff, da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento, Paulo Bernardo, e de Comunicação Social, Franklin Martins. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, também participaram. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense

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