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Patrus Ananias nega que reajuste do Bolsa Família tenha caráter eleitoreiro

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A menos de quatro meses das eleições municipais, o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) negou nesta quarta-feira (25/06) que a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reajustar em 8% os benefícios do programa Bolsa Família tenha caráter eleitoreiro. Patrus disse que o aumento no benefício é conseqüência da crise mundial de alimentos, uma vez que a parcela mais pobre da população brasileira não pode ter o poder de compra reduzido no país. "As críticas fazem parte do processo democrático, mas estamos convencidos de que o presidente Lula tomou uma decisão sábia, oportuna para atenuar junto aos pobres o impacto do preço nos alimentos. Não podemos condicionar esses direitos básicos [dos mais pobres] ao período eleitoral", afirmou. Apesar do reajuste no Bolsa Família ter sido anunciado em meio a esperados cortes no Orçamento Geral da União de 2008, Patrus disse que a prioridade do governo federal será o combate a fome - mesmo diante da disposição da equipe econômica em reduzir e contingenciar gastos. "Estamos encontrando o equilíbrio sábio entre o controle da inflação, garantindo às famílias pobres o acesso à alimentação e o desenvolvimento dessas famílias." Patrus disse acreditar que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome não terá cortes em seus gastos, mesmo após o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) anunciar que o contingenciamento do Orçamento de 2008 deve ser da ordem de R$ 10 bilhões. "É claro que o nosso ministério está sempre solidário com o governo. Estou convencido de que não haverá cortes em nosso ministério porque o presidente tem reafirmado o seu compromisso com os pobres, que têm o direito sagrado de três refeições por dia." Inflação Patrus comemorou o fato do reajuste de 8% no Bolsa Família ter superado o índice inflacionário, mas ressaltou que a decisão foi tomada pelo governo com "responsabilidade". "A inflação é perversa sobretudo com os pobres. Foi uma decisão tomada pelo presidente ouvindo a Casa Civil, dentro da responsabilidade fiscal que temos." Há cerca de duas semanas, Patrus defendia o reajuste de, no mínimo, 6% sobre os benefícios. Ele levou seu apelo às últimas reuniões com Lula e aos demais ministros no Planalto. Durante reunião ministerial no início de junho, o ministro Guido Mantega (Fazenda) fez um relato minucioso aos colegas para demonstrar, por meio de dados, que a perda do poder de compra na camada mais pobre da população é de 8% - motivo que levou o governo a fixar o índice do reajuste. Segundo Patrus, os investimentos no Bolsa Família vão subir de R$ 10,5 milhões para R$ 10,9 milhões por ano na folha de pagamento do governo. O presidente Lula decidiu nesta quarta-feira reajustar em 8% sobre o total pago aos benefícios do programa Bolsa Família, após reunir-se com Patrus e ministros da área econômica.