Politica

Roberto Teixeira é acusado de impor dois nomes de confiança no conselho Variglog

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postado em 26/06/2008 08:58
Dois empresários que assumiram recentemente vagas como conselheiros da VarigLog têm ligações há anos com o advogado Roberto Teixeira, que defende os interesses do fundo norte-americano Matlin Patterson na companhia de transporte de cargas. Paulo de Tarso Vianna Silveira e Ricardo Vastella Junior, ligados a Teixeira por processos judiciais relacionados a própria VarigLog e a Transbrasil, foram eleitos em assembléia extraordinária da companhia em 8 de abril. Na semana passada, a Justiça paulista pediu a apreensão da ata da assembléia que os elegeu conselheiros por suspeita de fraude. O empresário Marco Antonio Audi, um dos três sócios brasileiros excluídos da administração da VarigLog, acusa Teixeira de colocar os dois nos cargos como manobra para assumir a parte do trio na companhia aérea de ;de graça;. Em pelo menos três processos, Teixeira arrolou Paulo de Tarso para ser sua testemunha de defesa em ações por danos morais contra órgãos de imprensa. Dois dos casos têm relação direta com o caso VarigLog. Em julho de 2006, Teixeira moveu ação contra uma revista que questionou sua contratação pela companhia. Na outra, de junho do ano passado, o advogado e compadre de Lula se insurgiu contra outra revista, que o chamou de ;arquiteto da venda; da Varig para a Gol pela própria VarigLog, meses antes. O advogado da VarigLog também foi o subscritor da ação de recuperação judicial ajuizada pela Transbrasil em 2005. Na petição, consta o nome de Ricardo Vastella Junior como um dos representantes da companhia aérea. O cargo assumido pela dupla é de vital importância para os rumos da VarigLog, uma vez que partem deles as diretrizes globais da companhia aérea. Parceria Marco Antonio Audi acusa Teixeira de usar os dois para se tornar um dos donos da VarigLog em parceira com o fundo Matlin Patterson. ;Toda essa teia montada pela cabeça dele de advogado é para conseguir uma coisa: é para ficar com os nossos 40% (do capital dos brasileiros) de graça;, afirma Audi. O juiz José Paulo Magano, responsável pelo processo de dissolução da sociedade, pediu a apreensão da ata da assembléia que elegeu os dois depois que a Fundação Rubem Berta ter dito que não participou do encontro. A assembléia contou com a participação de Larissa Teixeira, filha do compadre do Lula que também atua para o fundo de investimentos. A reportagem procurou Roberto Teixeira e os dois sócios. Em conversas telefônicas, Paulo de Tarso disse, num primeiro momento, que conhecia Teixeira como advogado, mas não quis dar detalhes dessa relação. ;Se me acusar de qualquer coisa, te dou porrada;, afirmou, desligando o telefone. Depois, disse que foi convidado para o cargo por Ricardo Vastella, a quem conhece de conselhos de administração de outras duas empresas. Ele negou que foi arrolado por Teixeira nos dois processos sobre o caso Varig. A assessoria de Teixeira não respondeu às perguntas enviadas. Já Vastella não retornou o telefonema da reportagem até o fechamento desta edição. CADE APROVA NEGOCIAÇÃO Mais de um ano depois da venda da Varig à Gol, a negociação obteve ontem a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia responsável pela fiscalização, prevenção e apuração de abusos de poder econômico, analisando fusões, incorporações e associações entre empresas. Os conselheiros também julgaram desnecessário que a Gol devolva parte dos slots (permissões de pousos e decolagens) que a Varig detém no Aeroporto de Congonhas, no centro de São Paulo.

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