postado em 26/06/2008 13:45
Os membros da CPI dos Cemitérios apresentaram, nesta quinta-feira (26/06), um balanço dos trabalhos realizados em três meses de atividades. A apresentação do relatório foi feita pelo deputado Rogério Ulysses (PSB), presidente da CPI, que apresentou fotos de todas as visitas e diligências feitas.
O momento mais dramático da exposição foi o trabalho realizado no cemitério do Gama, que ocupou durante três dias os membros da comissão. Ali os deputados descobriram manilhas que só puderam ser desenterradas com o auxílio de máquinas, lotadas de ossos, crânios e até roupas.
Criada com a finalidade de investigar as denúncias de violação dos direitos humanos e irregularidades na administração dos cemitérios do DF, ao lado dos preços dos sepultamentos praticados pela concessionária Campo da Esperança Serviços Ltda, a CPI dos Cemitérios seu objeto foi ampliado para incluir questões como a manipulação inadequada de cadáveres, abuso de poder e relações promíscuas de servidores públicos com as empresas. Os membros dedicaram-se a visitar os estabelecimentos denunciados e setores especializados que preparam corpos ou os utilizam em ensino.
A primeira visita foi feita ao cemitério de Taguatinga, onde foram constatadas irregularidades que levaram a CPI a solicitar à 17ª Delegacia de Polícia a realização de perícia em túmulos que estariam sendo utilizados indevidamente como ossários. A visita seguinte foi ao cemitério de Sobradinho, cujo estado de conservação era muito precário.
Foi na visita seguinte, feita às funerárias de Sobradinho, os deputados constataram irregularidades no tratamento dos resíduos do processo de embalsamamento, feito em desacordo com as regras da Vigilância Sanitária, o que ensejou o registro do fato pela polícia.
Desde que foi instalada, em 18 de março passado, a CPI dos Cemitérios realizou mais de 16 reuniões ordinárias e extraordinárias, oito diligências e quatro audiências. Isso, sem contar um mutirão para coleta de denúncias relacionadas com o recebimento do DPVAT e oitiva de 16 depoentes.
Todos os membros da comissão compareceram à última reunião do semestre: além de Rogério Ulysses, fizeram-se presentes o vice, Brunelli (DEM), Benício Tavares (PMDB), relator, Erika Kokay (PT), Reguffe (PDT) e a assessoria dos deputados.
Rogério Ulysses assinalou a contribuição recebida dos bombeiros, visto que a CPI enfrentou muitas dificuldades na obtenção de apoio operacional. Agradeceu também aos deputados e suas equipes, cujo trabalho tornou possível a obtenção de resultados tão importantes em curto espaço de tempo.
Ulysses mencionou os diversos requerimentos de oitivas já aprovadas para o segundo semestre, aguardando apenas a definição de datas. Entre os nomes que poderão ser ouvidos constam Elmar Luiz Koenigkan, ex-presidente da Novacap, Maria José Feres e Gustavo Ribeiro, ex-secretários de Ação Social do DF, além de ex-gerentes de alguns dos cemitérios do DF, entre outros.