Politica

Ministro do TSE: candidatos com contas irregulares só são culpados após julgamento

;

postado em 27/06/2008 16:59
Os 3.178 administradores públicos, que tiveram suas contas consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e que poderão vir a se candidatar s próximas eleições, não são considerados culpados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), porque ainda não foram julgados. Foi o que afirmou nesta sexta-feira o ministro do TSE e corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Ari Pargendler. Ele participou da 20ª Reunião do Colégio de Corregedores da Justiça Eleitoral, realizada hoje em São Paulo, para discutir temas ligados eleição de 5 de outubro. Segundo o ministro, as pessoas culpadas são aquelas que são condenadas depois de um processo regular e neste caso a situação é outra, porque trata-se de pessoas sujeitas a processos, que podem ser considerados procedentes ou não, portanto são pessoas que ainda aguardam um pronunciamento a respeito de sua conduta. Não são pessoas culpadas antes do processo terminar. O que existe são processos pendentes e isso é um valor básico da nossa civilização de quem ninguém pode ser considerado culpado antes de que o processo termine, disse. Na avaliação de Pargendler, mesmo que haja morosidade no andamento dos processos, nenhum juiz pode determinar antecipadamente pena de um réu, mesmo que outros órgãos determinem e demonstrem que há sinais de improbidade administrativa dos candidatos. Ninguém é culpado seja em processo administrativo, seja em judicial, sem que haja o trânsito em julgado. Não havendo trânsito em julgado eu não posso impor a ilegibilidade. É uma questão de lei, esclareceu o ministro. Pargendler ressaltou que qualquer processo de registro contra qualquer candidato é público e não há nenhuma resistência com relação divulgação desses nomes na internet, desde que haja condições para isso. Ele lembrou que qualquer eleitor pode ir aos cartórios eleitorais e pedir para ver um processo de registro. ;Agora tenho a impressão de que se alguém colocar no jornal uma propagando eleitoral, com a intenção de prejudicar algum candidato, que esteja com um processo pendente, que isso pode causar um grande dano moral, que mais tarde a Justiça condene o responsável por essa divulgação a indenizar esse dano;, disse. O presidente do Colégio de Corregedores da Justiça Eleitoral, Ari Jorge Moutinho da Costa, disse concordar com a divulgação dos antecedentes dos candidatos para que o leitor possa analisar criteriosamente quais serão seus representantes. Se você tem a publicidade, você saberá direitinho qual a vida pregressa, o que aquele candidato tem contra ele ou não. Isso soma para a análise do próprio eleitor, defendeu. Para Moutinho, as eleições de 5 de outubro serão mais limpas e transparentes porque a ética e a moralidade serão marcantes nessa eleição. Com certeza absoluta os tempos mudaram e hoje, não há como negar, haverá um rigor muito grande na análise da vida pregressa dos candidatos. Nós vamos ver aqueles que têm namoro com a criminalidade, serão afastados da vida pública, disse ele.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação