Politica

Presidente da Petrobrás rebate especulações sobre criação de nova "estatal do petróleo"

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postado em 28/06/2008 18:49
De Caracas, Venezuela ; No comando dos principais cargos do governo federal, PT e PMDB disputam o direito de administrar as gigantescas reservas de petróleo recém-descobertas na camada pré-sal. Travado nos bastidores, o duelo ganhou ares públicos neste fim de semana, depois de o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que é senador licenciado pelo PMDB, defender a criação de uma estatal específica para cuidar desse patrimônio. A reação foi imediata. Petista afinado com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que o governo não estuda a formação de uma nova empresa, o que retiraria poderes da Petrobras na área de exploração de petróleo.

"Isso é opinião pessoal dele", afirmou Gabrielli, depois de participar, em Caracas, da assinatura de 21 atos entre os governos do Brasil e da Venezuela. A rivalidade entre os dois partidos não é nova. A ministra Dilma tentou evitar indicações de peemedebistas para presidências de estatais do setor elétrico. Fracassou, por exemplo, no caso da Eletrobrás, que hoje é dirigida por José Antônio Muniz Lopes, indicado pelo senador José Sarney (PMDB-AP).

Ex-presidente da República, Sarney também conseguiu emplacar Lobão no ministério, em substituição a Silas Rondeau, outro de seus inúmeros afilhados políticos no setor elétrico.Outra competição em curso opõe o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), e o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Os dois disputam o direito de indicar um diretor em Furnas.

Há duas semanas, a briga entre as duas siglas quase tirou do governo o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Ele chegou a pedir demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao saber que os petistas resistiam a cumprir acordo segundo o qual o PSC, legenda auxiliar do PMDB, assumiria uma diretoria na subsidiária da Petrobrás no setor de biocombustível. O presidente Lula teve de entrar em campo para manter, além do acerto, Múcio no ministério.

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