postado em 30/06/2008 20:24
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República arquivou o processo sobre o suposto dossiê feito pelo governo a respeito dos gastos com cartão corporativo durante o mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, afirmou que os argumentos apresentados pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, convenceram os membros do grupo a arquivarem o caso.
Pertence relatou que, no argumento, Dilma explicou que fez um banco de dados com muito mais informações que as extraídas e publicadas. Ela, conforme o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, informou que havia tomado "todas as providências" para investigar o vazamento de informações desse banco. Dilma ressaltou, ainda conforme Pertence, que abriu uma sindicância interna para apurar o fato e encaminhou o caso do vazamento à Polícia Federal (PF) com o objetivo de ser averiguado.
A Comissão de Ética Pública da Presidência também arquivou pedido de líderes da oposição no Senado que reclamaram de uma frase atribuída à chefe da Casa Civil publicada em jornais. Dilma teria dito que gostaria de ficar no Palácio do Planalto trabalhando em vez de ir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista para dar esclarecimentos sobre o suposto dossiê. "Nesse segundo ponto, a representação fundamenta-se, unicamente, em matérias jornalísticas cuja redação não permite verificar o contexto em que foi pronunciada essa frase atribuída à ministra", afirmou Pertence. "Não há base para que a comissão cogite uma sanção", completou.
Ele ressaltou que uma das missões da Comissão de Ética Pública é lembrar a todas as autoridades que tenham cautela de evitar nas declarações públicas o uso de expressões que possam ser interpretadas como lesivas à harmonia entre os Poderes da República. Ainda não foi analisado pela comissão outro episódio envolvendo a chefe da Casa Civil - o processo de venda da Varig. O relator da ação, padre José Ernanni Pinheiro, ainda não apresentou resultado sobre a análise que faz de reportagens publicadas a respeito do assunto. A comissão voltará a se reunir em 4 de agosto, quando deverá decidir se pedirá a Dilma informações que possam resultar na abertura de um processo.