postado em 01/07/2008 08:34
Alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Barbosa Neto (PDT-PR) pode acabar com outra ação na Corte. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, analisa denúncia de suposta apropriação de parte do salário de funcionários e cobrará explicações do parlamentar.
A denúncia revelada pelo Correio chegou à Procuradoria por meio de Luciano Ribeiro Lopes, ex-assessor de Barbosa Neto (PDT-PR). Lopes trabalhou por cerca de nove meses no gabinete de apoio do pedetista em Londrina e gravou com uma câmera escondida uma conversa com Rogério Bertipaglia, antigo funcionário do parlamentar. Na gravação, Bertipaglia afirma que o cartão para sacar seu salário da Câmara ficava com Ana Laura Lino Barbosa, mulher do deputado do PDT.
Da tribuna da Câmara, ontem, o deputado negou qualquer irregularidade e voltou a atribuir a denúncia a uma disputa local orquestrada pelo colega parlamentar Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Ambos são candidatos à prefeitura de Londrina.
;Coloco à disposição do meu líder na Câmara dos Deputados, do corregedor da Câmara, da Procuradoria-Geral da República e da presidência do meu partido o sigilo bancário, fiscal e telefônico da minha empresa, do meu escritório e da minha casa;, disse Neto.
O deputado rejeitou a acusação de ter se apropriado de parte do salário do funcionário. Explicou que ajudou o antigo assessor a se recuperar após ter sido expulso da Polícia Militar acusado de tráfico de drogas. Barbosa Neto disse que seus adversários em Londrina se escoraram na fragilidade de Bertipaglia para apresentar a denúncia sem fundamento.
;Eles se utilizam da fragilidade de um rapaz que é meu companheiro, meu assessor há mais de 20 anos, que eu e minha esposa ajudamos a internar em várias clínicas para tratamento, porque é dependente químico;, disse Neto.
O deputado tucano negou envolvimento com a denúncia e disse que o pedetista foi leviano nas acusações. ;Eu vou processar ele;, disse Hauly sustentando que as acusações contra o adversário político são suficientes para a abertura de um processo por quebra de decoro parlamentar. O tucano, no entanto, evitou dizer se ele mesmo vai pedir que a Corregedoria analise o caso. Barbosa Neto é investigado desde novembro pelo STF, num inquérito aberto por suspeita de ter se apropriado de recursos de funcionários da época em que era deputado estadual.
Conselho de Ética
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) marcou para terça-feira da próxima semana o depoimento no Conselho de Ética. No documento, Paulinho sugere que o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, também sejam ouvidos pelo conselho. Esta semana será dedicada à analise dos argumentos usados para rebater as acusações de que teria sido beneficiado por um esquema de desvio de recursos do BNDES.