Politica

Operação João de Barro: PF faz devassa nas emendas dos parlamentares

Policiais responsáveis por apurar desvios de recursos, incluindo os do PAC, ampliam investigação a partir de varredura nas verbas destinadas a 119 prefeituras. Estratégia é descobrir novos envolvidos

postado em 03/07/2008 09:54
A Polícia Federal prepara uma varredura nas emendas parlamentares destinadas aos 119 municípios investigados pela Operação João de Barro. A intenção é verificar o trâmite dos processos, desde a participação dos deputados até a assinatura dos convênios com as prefeituras. Investigadores que atuam na apuração dos desvios de financiamentos públicos, inclusive do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), acreditam que outros servidores da União e integrantes do Legislativo podem aparecer durante essa fase. A PF já tem uma relação de todas as obras e liberações de recursos supostamente irregulares, já que as buscas e apreensões realizadas no dia 20 de junho estavam direcionadas para determinados documentos que podem comprovar as fraudes. ;A intenção é refazer todos os caminhos;, afirma um delegado envolvido na apuração do caso. Segundo ele, todos os convênios firmados entre prefeituras e a União serão verificados, independentemente do que já vem fazendo a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Caixa Econômica Federal em relação a 268 contratos firmados dentro do PAC. Na semana passada, depois da descoberta de que parte dos municípios investigados tinha recebido recursos do programa, as duas instituições começaram a analisar cada um dos convênios voltados para as áreas de saneamento básico e habitação. O trabalho que a PF irá fazer se estenderá às emendas. As investigações da Operação João de Barro apontam que deputados exigiam uma comissão por emenda liberada para as prefeituras. ;Quando as verbas são disponibilizadas aos municípios, o parlamentar exige um percentual sobre o valor levantado. Normalmente em torno de 10%;, mostra relatório da PF. ;O esquema investigado envolve, portanto, deputados federais, prefeitos, funcionários públicos federais e municipais, empresários da construção civil, lobistas e outros auxiliares (tanto dos lobistas quanto dos empresários);, aponta o documento. RADIOGRAFIA 119 prefeituras são investigadas na Operação João de Barro, deflagrada no dia 20 de junho deste ano 34 pessoas haviam sido presas até o final do mês passado, acusadas de envolvimento nos desvios R$ 700 milhões de reais é o volume de recursos que poderiam ter sido fraudados 231 buscas e apreensões foram realizadas pela PF, incluindo em gabinetes de dois deputados

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