postado em 03/07/2008 15:05
O empresário Marco Antonio Audi, um dos três acusados de irregularidades no processo de compra da Varig e da VarigLog, disse nesta quinta (03/07), em depoimento na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, nunca se envolveram nas negociações em relação às duas empresas. Ele negou ainda que seja um "laranja" (falso acionista) do Fundo Matlin Patterson, dos Estados Unidos.
"Não sou 'laranja', não tenho perfil para ser 'laranja'. Jamais trabalharia para um fundo que nem nacionalidade brasileira tem", declarou Audi, que já terminou seu depoimento à comissão. Ele e os empresários Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo foram acusados de terem atuado como "laranjas" do Matlin Patterson, que hoje detém 60% da VarigLog, embora a lei brasileira só permita participação estrangeira em empresas aéreas nacionais até 20%.
Audi afirmou que a acusação de que seria "laranja" é uma "jogada" do empresário e advogado Roberto Teixeira, amigo do presidente Lula, e de Lap Chan, sócio do Matlin Patterson, que estariam planejando ficar com os outros 40% da VarigLog. Segundo Audi, o presidente Lula e outras autoridades do governo tinham "preocupação social" em relação à Varig e à VarigLog. "O Roberto Teixeira é que usava o nome dele (Lula), mas não houve nenhuma interferência do governo na Varig", afirmou Audi. Ele acrescentou que os problemas começaram desde quando a Varig foi vendida para a Gol por US$ 320 milhões.
Audi afirmou que não era objetivo dos três ex-sócios do fundo vender a Varig e que só fizeram isso por causa da situação financeira da empresa deles, a Volo. Audi afirmou que, após a venda da Varig, "começou a sabotagem", mas não explicou a quem estava se referindo. Concluído o depoimento de Audi, a Comissão de Infra-Estrutura passou a ouvir o deputado estadual Paulo Ramos (PDT-RJ), que presidiu, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Varig.