Politica

Aécio e Pimentel vão expor união informal para confrontar o PT

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postado em 03/07/2008 15:10
O governador Aécio Neves e o prefeito Fernando Pimentel preparam para a quinta-feira uma cena que a direção petista tentou evitar ao proibir a aliança formal entre PT e PSDB em Belo Horizonte: uma "festa de bandeiras" petistas e tucanas no lançamento oficial da candidatura de Márcio Lacerda à prefeitura da capital mineira. O tucano e o petista estão acertando os últimos detalhes do evento com o PSB, ao qual Lacerda foi filiado recentemente para sair candidato. Segundo assessores, Aécio e Pimentel querem fazer uma demonstração explícita da aliança proibida pela direção do PT. Os dois contam com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa empreitada e já pensam em um segundo ato juntos -uma caminhada no sábado, dia 12, por ruas de Belo Horizonte, acompanhados do candidato Márcio Lacerda. O governador e o prefeito tiveram uma conversa reservada com Lula na segunda-feira em Itajubá (MG). O presidente disse a eles que, depois do velório de Ruth Cardoso, ficou ainda mais convencido de que estão no caminho certo, de construção de diálogo entre os dois partidos. O presidente revelou que pretende convidar Fernando Henrique Cardoso para um jantar. Lula estuda fazer uma homenagem à antropóloga, que morreu na semana passada, muito provavelmente batizando uma universidade com o nome da ex-primeira-dama. "Meus amigos. Em Itajubá, o presidente disse a Pimentel e Aécio ter percebido no velório da mulher de FHC que "ali estavam meus amigos, com quem temos posições comuns, de quem precisamos nos reaproximar". Na conversa, brincou, no entanto, com a relação de Aécio e Pimentel, dizendo que eles não precisavam exagerar: "Vocês estão próximos demais." O presidente voltou a dizer que estava irritado com a Direção Nacional do PT por conta do veto imposto à aliança PT-PSDB. Lula chegou a pressionar a cúpula petista a recuar do veto em BH, decidido primeiramente pela Executiva e depois ratificado pela Direção Nacional -que aceitou apenas o acordo oficial entre PSB e PT; o PSDB acabou aprovando em convenção um apoio informal à chapa, que tem como vice o petista Roberto Carvalho. Apesar do veto oficial à aliança em BH, o governador tucano, em conversas com amigos, avalia que ele e Pimentel atingiram seus objetivos e ainda ganharam três presentes. Primeiro, a resistência da cúpula do PT transformou uma eleição tradicionalmente provinciana, como a de Belo Horizonte, em tema nacional. Segundo, irritou Lula, que em reação declarou apoio explícito ao acordo e ainda prometeu participar da campanha. Por último, rachou o partido, mostrando que há um grupo contrário não só ao acordo em BH, mas também à forma como o presidente está conduzindo a sua sucessão dentro do PT, escolhendo Dilma Rousseff como sua candidata em 2010.

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