postado em 03/07/2008 15:45
O PTB de São Paulo retirou nesta quinta-feira (3/7) a candidatura a vereador da capital paulista do ex-vocalista do grupo Polegar Rafael Ilha. O partido atribuiu a decisão à "gravidade dos fatos ocorridos" com o cantor. Ilha foi preso em flagrante na noite de terça-feira (1/7) acusado de tentar seqüestrar uma suposta usuária de drogas na região da avenida Paulista (área central de São Paulo).
Em nota, o presidente estadual do partido, deputado Campos Machado, informa que determinou a "imediata retirada da legenda que garantiria a condição de candidato a vereador do cantor".
"Estamos construindo o mais forte e mais moderno partido político que este Estado já conheceu e fatos como esse infelizmente nos levam a tomar medidas necessárias na defesa da mais tradicional agremiação do país", afirmou o líder petebista, que é candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB).
Na nota, o PTB informa ainda que, apesar da retirada da candidatura de Ilha, o partido terá chapa completa para vereador nas próximas eleições com 83 candidatos, sendo 25 mulheres. O PTB ainda não definiu quem vai substituir Ilha na chapa.
O ex-Polegar foi preso com mais duas pessoas acusados de tentar seqüestrar uma mulher na rua Maestro Cardim, região da avenida Paulista (área central de São Paulo). A mulher, identificada como Karina, 28 anos, teria sido abordada pelo ex-músico nas proximidades do Shopping Paulista, por volta das 19h.
Segundo Ricardo Manuel Guimarães de Oliveira, 43, que testemunhou a cena, a mulher gritava muito. "Estava dirigindo meu carro e ouvi os gritos dela. Ela se debatia para não entrar no carro". Oliveira e outras pessoas que ajudaram a jovem chamaram a polícia.
A testemunha relatou que um homem e uma mulher, que dizia ser enfermeira de uma clínica, empurravam Karina para dentro do carro. A polícia informou que no carro do ex-Polegar havia uma camiseta do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) com seu nome, injeções de substâncias dopantes e equipamentos de imobilização.
"Ele [Ilha] alegava que a mulher era drogada e que estava sendo levada para uma clínica. Ela não é drogada, não parece drogada. Por sorte, ela foi salva", disse Oliveira. O delegado Diogo Dias Zamut, plantonista do 5° DP (Aclimação), afirmou que o cantor foi preso em flagrante e responderá pelos crimes de tentativa de seqüestro, formação de quadrilha e usurpação de função pública. A pena pode variar de multas a prisão de até oito anos.
Zamut disse que um homem de Macapá (AP), que seria ex-marido de Karina --usuário de drogas e que fazia tratamento na Clínica Ressurreição, do ex-Polegar--, ligou para Ilha relatando que a mulher tinha problemas com drogas e deveria ser internada.
Em setembro do ano passado, o cantor foi preso na zona norte de São Paulo após perseguir um ex-interno na clínica. Ilha informou à polícia ter sido agredido por Marcos Nojiri, 30, após tentar convencê-lo a retornar para a clínica de tratamento onde o rapaz esteve internado.