Politica

Garibaldi lamenta falta de qualidade dos debates no Senado

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postado em 06/07/2008 10:33
Presidente tampão há sete meses, eleito para reconduzir o Senado normalidade institucional após a maior crise da história da Casa vivida em 2007, que culminou com a renúncia do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) encerra o primeiro semestre de sua gestão lamentando a falta de qualidade dos debates travados por seus colegas em plenário. "Hoje, o melhor debate da Casa não é o do Plenário, é o das comissões. São elas que dão oportunidade ao debate, disse em entrevista. De acordo com o presidente do Senado, o que se apresenta hoje são discursos muitas vezes carentes de argumentos. No plenário só em uma matéria ou outra é que se vê que o debate é produzido. A linguagem é outra e os oradores deveriam se preparar mais para o discurso, aponta Garibaldi. Além de despreparo, o presidente do Senado considera que boa parte dos colegas é seduzida pelas transmissões ao vivo das sessões plenárias pela rádio e TV oficiais. O alto número de senadores suplentes, 19 de um total de 81, é outro fator que, segundo Garibaldi, contribui para a queda da qualidade nos embates parlamentares e no trabalho legislativo. Temos de reconhecer que, é obvio, um suplente que chega hoje não tem a experiência do titular. A Casa, inicialmente, se ressente disso, porque como qualquer novato, e o suplente é um novato, daqui que ele vá se adaptar plenamente o Senado vai perder alguma coisa. Garibaldi, no entanto, se confessa um discípulo do ditado popular água mole em pedra dura tanto bate até que fura. De dezembro para cá, pondera, além de retomar a normalidade institucional, criou-se no Congresso uma consciência de que alguns problemas têm que ser enfrentados, como a necessidade de se por um fim ao excesso de medidas provisórias editadas pelo presidente da República e o permanente trabalho para se coibir fraudes com recursos do Orçamento da União. O presidente do Senado está preocupado que a produtividade da Casa tenha ficado aquém do desejável. Garibaldi resume sua opinião sobre o baixo desempenho dos senadores em uma só palavra: votar. Não tenho muita fixação em determinadas coisas. Queria votar. Não votar só os projetos que eu idealizo. Votar até o que eles quisessem, mas votar. E não ficar, como ficamos aqui, duas ou três semanas s vezes sem votar nada, afirma. A falta de votação Garibaldi debita na conta das lideranças governistas e da oposição. A seu ver, a radicalização de posições por muitas vezes sacrifica o trabalho legislativo desnecessariamente. As posições políticas são muito radicais e não levam em conta, muitas vezes, a própria instituição, disse. Mas o parlamentar garante que ainda se faz política com pê maiúsculo na Casa. Prova disso, segundo Garibaldi, aconteceu na semana passada quando os partidos deixaram de lado a queda-de-braço e votaram o projeto de lei que cria o piso salarial de R$ 950 para os professores do ensino básico. Essa pauta da educação foi uma coisa exuberante. Estava aí, vista de todos, era facílimo já ter votado tudo isso. Uma estupenda vitória que poderia já ter vindo, observa o presidente do Senado. Ciente de que a atual situação, até mesmo pelas radicalizações de posturas, ainda persistirá por algum tempo, Garibaldi mantém a convicção de que o único caminho é a persistência no aperfeiçoamento legislativo, no intuito de fazer com que o Senado retome a sua imagem histórica de Casa dos grandes debates Percebe-se que vai continuar a ser assim. Não há como se mudar o ritmo dessa história de repente. Não se vai mudar. Os atores são os mesmos, a história é a mesma, a Casa é a mesma. Não tem como. Agora, há uma consciência nova de que alguma coisa precisa ser feita de uma maneira diferente e isso vai ser feito.

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