postado em 07/07/2008 08:42
Os dois candidatos à Prefeitura de São Paulo mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), começam as campanhas sem terem pago ainda as dívidas de pleitos anteriores. Débitos contraídos pela campanha de Marta estão abertos há dez anos, desde 1998. O Diretório Nacional do PSDB e o Diretório Regional do PT paulista assumiram os débitos e alegam negociar os pagamentos.
Alckmin deve hoje, em valores informados pelo PSDB nacional, cerca de R$ 11,9 milhões. Ao concorrer, e perder, à Presidência da República em 2006, ele deixou dívidas de R$ 19,9 milhões, para uma arrecadação total de R$ 79 milhões -o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também deixou uma dívida de R$ 7 milhões, no final do pleito em que superou Alckmin e se reelegeu.
A dívida do ex-governador foi assumida pelo Diretório Nacional do PSDB, em Brasília. Desde então, o partido disse ter pago cerca de R$ 8 milhões.
O partido se recusou a informar os nomes dos principais credores. Levantamentos mostram que a maior parte das dívidas se refere a material de propaganda e publicidade, de impressos a produção de comerciais de TV.
"Por uma questão de preservação dos fornecedores, que trabalharam corretamente com o partido e estão em processo de renegociação, nossa opção é preservar seus nomes e empresas", informou o PSDB.
PT
A prestação de contas do diretório estadual do PT de São Paulo de 2007, entregue à Justiça Eleitoral em abril último, registrou R$ 698 mil -ou R$ 1,198 milhão, em valores atualizados pelo IPCA- em dívidas contraídas com fornecedores de material gráfico, publicidade e pesquisas de opinião pública por duas campanhas eleitorais de Marta Suplicy.
O diretório estadual do PT afirma que "equacionou" dívidas iguais a 18% do total. No TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo as prestações dos diretórios regionais do PSDB, do DEM, do PMDB, do PDT e do PC do B. Nenhuma registra dívidas semelhantes com fornecedores de material para campanhas eleitorais passadas.
As dívidas do PT datam de 1998, quando Marta se candidatou ao governo de São Paulo e perdeu, e de 2004, quando ela perdeu a reeleição à Prefeitura de São Paulo. Foram incluídas nos balanços do PT sucessivamente ao longo dos anos, sem pagamento ou renegociação. Os valores também não foram atualizados. A dívida foi anotada no balanço, no campo das obrigações a pagar, com o valor de R$ 698 mil.
Essas dívidas ajudaram a empurrar as contas do PT paulista para o negativo. A sigla encerrou o ano com um déficit de R$ 161 mil -acumulado de R$ 847,4 mil. As receitas em 2007, que incluem repasses do Fundo Partidário, contribuições e doações, somaram R$ 1,77 milhão, enquanto as despesas atingiram R$ 1,93 milhão.