postado em 07/07/2008 12:55
Acusado de desviar recursos do Banco de Desenvolvimento Econômico Social (BNDS), o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), vai apresentar nesta terça-feira (8/7) a defesa oral no Conselho de Ética da Câmara.
O relator do caso, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), pretende convocar as testemunhas de acusação na ação. Paulinho negou seu envolvimento e disse ser vítima de perseguição. Na relação de testemunhas de defesa, Paulinho indicou o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento), o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o coronel reformado da Polícia Militar Wilson Consani Júnior e João Pedro de Moura, que foi seu assessor.
No último dia 27, prazo limite para a entrega da defesa por escrito, Paulinho enviou o documento. Nele, o deputado argumentou que a ação por quebra de decoro parlamentar, encaminhada pela Corregedoria Geral da Câmara, foi baseada em matérias jornalísticas que não apresentam comprovação das denúncias.
PF
A PF conduziu a Operação Santa Tereza, que desbaratou uma quadrilha supostamente formada por empresários, policiais e servidores que desviava recursos do BNDES.
Gravações telefônicas associariam o deputado federal ao esquema de irregularidades. A escuta feita com ordem judicial na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, indicou que o consultor João Pedro de Moura, preso em abril, tratou com representantes do Ministério dos Esportes em nome de Paulinho.
Mas, na defesa escrita, o deputado federal não entra nos detalhes revelados pela escuta telefônica. Segundo Paulinho, as gravações foram feitas de forma clandestina e não deveriam ser consideradas.
Acusação
Antes das testemunhas de defesa sugeridas por Paulinho, o Conselho de Ética vai ouvir pelo menos quatro pessoas arroladas como integrantes da acusação. Mas entre os nomes há dois que coincidem com as sugestões apresentadas por Paulinho: Consani Júnior e João Pedro de Moura.
A mulher de Paulinho, Elza de Fátima Costa Pereira, também será convidada pelo conselho para prestar depoimento como testemunha de acusação. Em depoimento à PF, a mulher do deputado deu explicações sobre um depósito na conta da ONG Meu Guri, que é presidida por ela.
A instituição é acusada de receber R$ 37,5 mil do conselheiro do banco estatal João Pedro Moura, preso pela Polícia Federal e apontado pela Procuradoria da República como um dos principais responsáveis pelo esquema.