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Procuradoria acusa Dantas de tentar subornar delegado; advogado nega

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postado em 08/07/2008 16:42
O Ministério Público Federal acusa o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, preso nesta terça-feira (8/7) pela Polícia Federal durante a Operação Satiagraha, de tentar subornar um delegado federal para que ele tirasse alguns nomes do inquérito da PF. O advogado do banqueiro, Nélio Machado, nega as acusações. Segundo a denúncia, duas pessoas teriam, supostamente a mando de Dantas oferecido, US$ 1 milhão para o delegado. Uma delas, Hugo Chicaroni, já foi presa hoje durante a operação. Machado disse que vai até o STF (Supremo Tribunal Federal), se necessário, para tentar libertar Dantas. A prisão temporária do banqueiro é válida por cinco dias, podendo ser prorrogada. Além de Dantas, a PF também prendeu nesta manhã o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Daniel Dantas é o dono do grupo Opportunity, fundado por ele em 1993. O banqueiro ganhou notoriedade ao se associar com o Citigroup, para se tornarem sócios do consórcio que venceu a concessão de telefonia que criou a Brasil Telecom. Depois iniciaram uma disputa societária que só terminou com a venda da empresa para a Oi (ex-Telemar) no início deste ano. Durante essa disputa foi acusado, entre outras coisas, de espionagem. A operação da PF investiga o suposto desvio de verbas, corrupção e lavagem de dinheiro. Os policiais cumprem 24 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e em Brasília. Os mandados foram expedidos pela 6¦ Vara Criminal Federal de São Paulo. Dantas foi preso no Rio, juntamente com sua mulher, cunhado e irmã. A Polícia Federal apreendeu quatro carros importados, sendo que três deles possivelmente são de Nahas, além de documentos e um cofre. A Justiça decretou as prisões temporárias de mais dez pessoas ligadas a Dantas: Verônica Dantas (irmã e parceira de negócios), Carlos Rodemburg (sócio e vice-presidente do banco Opportunity), Daniele Ninio, Arthur Joaquim de Carvalho, Eduardo Penido Monteiro, Dorio Ferman, Itamar Benigno Filho, Norberto Aguiar Tomaz, Maria Amália Delfim de Melo Coutrin e Rodrigo Bhering de Andrade. Do grupo de Nahas, foram decretadas a prisão de mais dez pessoas: Fernando Nahas (filho), Maria do Carmo Antunes Jannini, Antonio Moreira Dias Filho, Roberto Sande Caldeira Bastos, os doleiros Carmine Enrique, Carmine Enrique Filho, Miguel Jurno Neto, Lúcio Bolonha Funaro e Marco Ernest Matalon e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, cliente dos doleiros, que teve operações financeiras ilegais interceptadas pela PF.

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