postado em 10/07/2008 17:00
O presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), afirmou nesta quinta-feira (10/07) que a libertação do banqueiro Daniel Dantas, beneficiado com habeas corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, representou uma grande decepção.
O comentário foi feito antes da divulgação da decisão do juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto de Sanctis, que determinou, na tarde desta quinta-feia a prisão preventiva do banqueiro. Dantas já foi conduzido por agentes da Polícia Federal para a sede do órgão em São Paulo.
O habeas corpus foi concedido nesta quarta-feira (09/07), pouco antes da meia-noite e o banqueiro foi liberado na madrugada de hoje. ;O Supremo deve ter suas razões para suspender a prisão preventiva. Mas não resta dúvida que isso representa uma frustração muito grande, porque o Brasil tem um grande déficit de justiça, e sobretudo que a Justiça alcance os mais ricos e poderosos;, observou.
Jungmann disse ser contra a divulgação, na mídia, de imagens de prisões, como as mostradas nas operações da Polícia Federal, que foram classificadas pelo presidente do STF como ;espetacularização;. Para o deputado, as prisões devem ser feitas de forma discreta, não só para os ricos e poderosos, mas para toda a população.
;Se tem gente sonegando, mandando dinheiro para o exterior, cometendo crime financeiro, cadeia neles. Mas eu prefiro o método mais discreto. Uma polícia em um país civilizado atua com eficiência, inteligência e discrição. Isso deve valer para o cidadão mais graduado e para o cidadão comum;, defendeu Jungmann.
O deputado está no Rio de Janeiro para acompanhar as investigações sobre a morte de três jovens do Morro da Providência, entregues por militares do Exército a traficantes rivais do Morro da Mineira, no dia 14 de junho.
Pela manhã, a comissão, que também é formada pelos deputados Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) e Hugo Leal (PSC-RJ), esteve reunida com a cúpula do Comando Militar do Leste (CML).
Nesta sexta-feira (11/07), eles se encontram com integrantes do Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, deputados da Assembléia Legislativa, lideranças comunitárias da Providência e com os familiares dos jovens mortos.