Politica

O segundo tempo do governo Arruda

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postado em 12/07/2008 15:48
O secretário de Governo, José Humberto Pires, usa uma metáfora futebolística para definir o atual momento da administração no Distrito Federal. Julho é o mês do intervalo para o início do segundo tempo do jogo que termina nas eleições de 2010. Dessa forma, em agosto, o governador José Roberto Arruda (DEM) entra em campo para correr atrás de projetos ainda não realizados que serão cobrados na campanha daqui a dois anos. No dia 8 do próximo mês, ele retoma o programa ;Governo nas Cidades;, com duas versões: uma voltada para obras e a outra de caráter social. Arruda vai às ruas para cobrar realizações nas administrações regionais e também para se apresentar aos moradores como o responsável pelos benefícios na área social. Começa essa nova fase em regiões carentes, os condomínios Pôr do Sol e Sol Nascente, em Ceilândia, no dia 15 de agosto. Uma semana antes, o governador visitará o Núcleo Bandeirante, Candangolândia e Park Way, com o objetivo de inaugurar obras de infra-estrutura. No total, serão 20 edições programadas até o fim do ano. A movimentação do governador do Distrito Federal é clara. Ele quer crescer na periferia, onde tem menor índice de aprovação, segundo mostram as pesquisas de opinião. Entre as medidas previstas estão os almoços de Arruda em escolas públicas e investimentos em setores que atendem as classes mais carentes. Ele tem pressa e reclama de que o governo não anda. Para empurrar a máquina ou ;desentupir o cano;, na expressão usada por José Humberto, o governador criou uma planilha para acompanhar a performance dos secretários. José Humberto, mais do que nunca, vai atuar como grande gerente do governo. Terá o papel de cobrar, organizar, fiscalizar e entregar as obras previstas no prazo. As secretarias de Planejamento e Gestão, Obras, Transportes, Desenvolvimento Urbano, Fazenda e Comunicação passam a ser subordinadas ao secretário de Governo. Todas as ações terão de ser submetidas ao crivo do gestor para que as prioridades sejam atendidas. Arruda disse ao secretário de Governo que a equipe pode escolher, dentro de critérios de viabilidade, quais as obras que deverão sair do papel. Mas exigiu dois empreendimentos dos quais não abre mão: o funcionamento do Hospital de Santa Maria e a conclusão da reforma do Bezerrão, no Gama. Nessa lista, também devem entrar infra-estrutura em áreas carentes, as Vilas Olímpicas e os Postos 24 horas. Dividendos políticos As obras mais urgentes foram empacotadas num projeto lançado nesta semana pelo governador, o Programa de Organização e Desenvolvimento Integrado (Podi). Mas poderá haver mudanças, já que todas as ações terão de ser analisadas sob o prisma do retorno político para o governo. O raciocínio é que não adianta lançar uma obra cara sem que a mesma renda dividendos à imagem do Executivo, principalmente nas classes D e E. Arruda também planeja entregar pessoalmente parte dos benefícios criados na nova gestão social. É ele quem pretende trocar a cesta básica ; entregue atualmente a 40 mil famílias no DF ; pelos cartões de transferência direta de renda. Na interpretação do governo, a substituição reflete uma mudança de paradigmas. Até agora, a gestão foi mais voltada para as classes média e alta, onde a popularidade de Arruda é mais significativa.

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