postado em 14/07/2008 11:35
O governador José Roberto Arruda (DEM) procura substitutos para duas secretarias estratégicas, Desenvolvimento Social e Justiça e Cidadania, comandadas respectivamente pelos deputados Eliana Pedrosa (DEM) e Raimundo Ribeiro (PSL). A distrital saiu do governo há duas semanas e não dá sinais de que deixará, pelo menos a curto prazo, a Câmara Legislativa. Eleito em 2006 pela primeira vez, Ribeiro já anunciou que pretende exercer o mandato parlamentar, coisa que só fez por alguns dias desde a diplomação.
Arruda ainda tenta convencer Ribeiro a permanecer na função. Enquanto isso, no entanto, já começa a cortejar outros nomes. O primeiro convite foi feito à presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal, Estefânia Viveiros. Arruda disse ao Correio que ela tem o perfil ideal, já que ele quer alguém da área jurídica, com um nome respeitável. A advogada tem traquejo político. É filha do ex-deputado federal Augusto Viveiros (PFL-RN), que hoje assessora o líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN). Mas prefere concluir o mandato como presidente da OAB, que só termina no fim do próximo ano. Não descarta, inclusive, uma nova disputa ao cargo.
O próprio Raimundo Ribeiro, que já foi adversário interno de Estefânia na OAB, conversou com ela sobre o assunto. Pediu sugestões de nomes para a Secretaria de Justiça e Cidadania. Ela ficou de pensar a respeito. Na semana passada, Arruda fez uma sondagem inusitada. Durante uma reunião sobre o projeto que trata dos benefícios previdenciários para servidores homossexuais, o governador convidou a deputada distrital Érika Kokay (PT).
Ela não é advogada, mas tem enfocado no seu mandato os direitos humanos. Na Câmara Legislativa, um ;sim; da petista representaria ainda um golpe na estratégia do PT no Distrito Federal de reforçar, com a filiação de Agnelo Queiroz, a imagem de adversário do atual governo. Érika disse a Arruda que vai assumir a pasta em janeiro de 2011, quando seu partido chegar ao poder no Distrito Federal.
Resistências
Arruda também busca substitutos para Eliana Pedrosa e chegou a convidar a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), assistente social que comandou o setor durante a gestão do peemedebista Joaquim Roriz. A tucana, no entanto, tem preferido ficar distante da vida pública, embora tenha participado de seminário promovido pelo GDF para estudar formas de incrementar os programas sociais. Segundo parlamentares, Abadia indicou para o posto o deputado distrital Milton Barbosa (PSDB), secretário de Solidariedade no governo anterior muito ligado à tucana.
Até o fim do mês, o governador tomará as decisões. Ele ainda tenta resolver outras substituições nas administrações regionais. Arruda tem avaliado o trabalho do segundo escalão antes de decidir quem fica e quem sai. Na semana passada, uma outra mudança foi descartada, a do titular da Secretaria de Fazenda. Ronaldo Lázaro Medina deve ficar. No governo, a avaliação é de que a substituição dele pelo vice-prefeito de Goiânia, Valdivino de Oliveira (PMDB), seria difícil de justificar, já que houve muitas críticas a um rombo de R$ 750 milhões deixado por Oliveira quando ocupou o cargo no governo Roriz.