postado em 15/07/2008 17:37
Em discurso feito nesta terça-feira (15/7) da tribuna do Senado, o presidente nacional do PSDDB, senador Sérgio Guerra (PE), criticou a atuação da Polícia Federal (PF), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Justiça, Tarso Genro, no episódio das prisões do sócio-fundador do Banco Opportunity, Daniel Dantas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, do investidor Naji Nahas e de outros acusados de envolvimento em esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e tentativa de suborno, dentro da Operação Satiagraha.
Guerra disse que a PF cometeu "excessos" e "exageros", afirmou que Lula se limitou a dizer "o que as pessoas querem ouvir" e criticou Genro por dar "a impressão de que está surfando na onda das denúncias, do sucesso imediato". "O presidente Lula deveria ser um só, dar toda a força à Polícia Federal e ao respeito à lei", disse Guerra.
Lula, ao comentar as prisões, declarou que os autores de crimes só não serão "incomodados" se as autoridades não ficarem sabendo. No entender de Sérgio Guerra, "todas essas denúncias passam por dentro dos corredores do governo", e "essa não deve ser a posição do presidente da República. Não é isso o que é preciso dizer".
Ao criticar a atuação da PF, Guerra declarou: "Não se pode denunciar o que não se pode provar. É importante a atuação da Polícia Federal, mas não pode haver exageros e prejulgamentos. Nenhum apoio ao exagero e à ilegalidade. O Brasil está passando por um clima de desordem, em que se divulgam pedaços de conversas gravadas ali, de conversas gravadas acolá. São acusações por todos os lados".
Guerra afirmou também que a Polícia Federal age de maneira correta quando enfrenta grupos de pressão, pois esses não podem tomar conta do País. Na avaliação do parlamentar, se não houver mudança radical da situação, haverá "risco para as instituições, que passarão a não valer nada".
O senador elogiou a atuação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que discordou publicamente da atuação do juiz Fausto de Sanctis, que por duas vezes mandou prender Dantas. Guerra disse que é "muito grave" o confronto entre Mendes e De Sanctis, mas fez a ressalva de que considera o momento "apropriado para se discutir" o assunto.