postado em 16/07/2008 15:06
O candidato do PP à Prefeitura de São Paulo, deputado federal Paulo Maluf, classificou nesta quarta-feira como "esdrúxula" a ação movida ontem contra sua candidatura pelo PPS, da vereadora Soninha, também concorrente à prefeitura. Para Maluf, o partido quer "aparecer".
"É uma atitude esdrúxula, sem nenhuma base legal ou jurídica. É uma maneira de querer aparecer", afirmou Maluf. Ele ressaltou que respeita todos os partidos e afirmou que não pretende atacar ninguém durante a campanha, embora admita temer pelo nível da disputa. "Infelizmente, pode decair [o nível da campanha] e isso [a ação] é um exemplo", afirmou.
Quarto colocado em pesquisa Datafolha do último dia 6, Maluf (8%) está sete pontos percentuais à frente de Soninha (1%). Marta Suplicy (PT) lidera com 38%, seguida Geraldo Alckmin (31%) e do prefeito Gilberto Kassab (13%), que tenta a reeleição.
Estupra, mas não mata
O ex-prefeito participou de caminhada hoje na rua Voluntários da Pátria, na zona norte da cidade. Embora tenha recebido mais apoio em relação às manifestações hostis, ele teve de voltar a um tema delicado.
Ao ver a comitiva de Maluf, Robson Soares Melo, 19, morador da zona norte, disse "estupra, mas não mata", frase dita pelo deputado em 1989. "A imagem dele é de uma pessoa tranqüila, que ajuda os outros, mas tem coisas que ele fala que prejudica ele mesmo", afirmou. Melo diz que ainda não tem candidato.
Maluf afirmou que a frase é algo superado. "Isso é leite derramado. Já foi explicado dez, 100, 50 mil vezes. O estupro é um crime. O estupro seguido de morte é crime hediondo. Eu disse e repito: prisão perpétua para esse bandido", afirmou o candidato.
Outro lado
Soninha ironizou Maluf. "Aparecer queremos todos". Ela disse que a ação do partido vai ao encontro da discussão sobre candidatos com "ficha suja", ou seja, com alguma pendência na Justiça.
"O partido tem o dever de questionar na Justiça a condição dos outros candidatos, incluindo Maluf, cuja natureza [dos supostos crimes, como desvio de dinheiro público] tem tudo a ver com o cargo que ele pretende exercer", disse.
A candidata da PPS afirmou ainda que respeita as determinações legais. "Se a Justiça entender que ele [Maluf] cumpre [as determinações], ok. O que não podemos é deixar de questionar isso", disse a vereadora.