postado em 17/07/2008 12:09
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta quinta-feira (17/07) com o ministro Tarso Genro (Justiça) e o diretor-geral da Polícia Federal em exercício, Romero Menezes. A reunião foi convocada extra-agenda oficial do presidente e ocorreu no momento em que Lula apela para que o delegado Protógenes Queiroz continue no comando da Operação Satiagraha, da Polícia Federal.
Lula conversou com Tarso e Romero por cerca de uma hora no Palácio do Planalto. Romero substitui o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Queiroz, que está de férias. O delegado é o segundo na hierarquia da polícia e conhece bem alguns dos citados nas investigações da Satiagraha, pois ele coordenou a Operação Chacal, na qual se investigou a denúncia de espionagem relativa ao banqueiro Daniel Dantas.
Nesta quarta-feira, Lula cobrou de Protógenes que permaneça na Operação Satiagraha e explique publicamente as insinuações de que foi pressionado a deixar a ação policial. Segundo o presidente, o delegado tem obrigação moral de continuar no caso. "Moralmente esse cidadão [Protógenes] tem de continuar no caso até terminar esse relatório e entregar ao Ministério Público. A não ser que ele não queira. O que não pode é passar insinuações", afirmou Lula, após cerimônia no Palácio do Planalto. "Vender a idéia de que foi afastado é no mínimo de má fé. Não sei se ele falou ou não. Eu li isso hoje", afirmou ele.
Aos amigos, Protógenes afirmou ter se sentido esvaziado depois que Paulo Lacerda, ex-diretor da PF, deixou a polícia para assumir a Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Reportagem publicada hoje na Folha mostra que a saída de Protógenes provocou um racha na Polícia Federal.
Há delegados que criticam Corrêa, por ter censurado Protógenes e defendem algum tipo de punição ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, pelas ofensas à instituição. Já entre os agentes da PF a impressão é que o afastamento de Protógenes foi positiva. Contrariados, alguns policiais federais analisam a possibilidade de fazer um protesto - inclusive até mesmo contra a cúpula da própria PF.