postado em 24/07/2008 10:55
O ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) negou nesta quarta-feira (23/07), em nota, ter feito lobby em torno da fusão das operadoras de telefonia Brasil Telecom e Oi. A partir de interceptações telefônicas da Operação Satiagraha, a Polícia Federal concluiu que Greenhalgh teria discutido valores que poderiam ser pagos pela fusão.
O ex-deputado, que é advogado em São Paulo protestou contra conclusões da PF. Ele negou ter discutido "propina, porcentagem ou recursos". "O diálogo em questão tratava de uma negociação em curso e os valores citados se referiam a essa negociação como um todo. Não há no diálogo nenhuma menção a tentativa de lobby." Greenhalgh assim definiu o trabalho que prestou ao banco Opportunity: "Meu trabalho consistiu em analisar processos em curso envolvendo o banco Opportunity, nas esferas civil e criminal. Advoguei. Ajudei a conformar as propostas que foram exaustivamente debatidas entre as partes, até chegar ao acordo final. Advoguei. A negociação que resultou na criação da BrOi, foi árdua, foi longa, foi tensa, mas não teve nenhum ilícito".
Segundo o petista, "jamais, no trabalho profissional prestado ao grupo Opportunity, se discutiu propina, porcentagem, recursos para campanha eleitoral de quem quer que seja. Isto é uma calúnia a que vou repelir, custe o que custar".
O advogado reclamou de reportagem divulgada ontem pelo jornal "O Globo" no qual é dito que a PF acusou o ex-deputado de ter pedido "US$ 260 milhões para viabilizar a Supertele" (fusão das duas telefônicas).
"Querer ver neste diálogo a existência de propina, lobby, de dinheiro para campanha eleitoral é pura má-fé. Além das interpretações distorcidas do delegado Protógenes (Queiroz), deparo-me com a publicação de trechos do relatório pela imprensa que ajudam a distorcer ainda mais as conclusões do delegado." Greenhalgh também foi flagrado em conversa telefônica com o chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, na qual pede que Carvalho faça uma checagem, com o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, sobre eventual investigação contra o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.