postado em 29/07/2008 08:44
O ministro da Justiça, Tarso Genro, e o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, vão participar da reunião com os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, e do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), Roberto Wider, a fim de discutir a possibilidade de uma força-tarefa para as eleições no estado. O presidente do TRE ainda está relutante. A reunião está marcada para amanhã, em Brasília. Tarso afirmou que a PF estará à disposição para ajudar no processo eleitoral caso aconteça um pedido dos juízes. O ministro disse ainda que assim como o governo do estado, a Justiça Eleitoral também pode requisitar a atuação da Força Nacional de Segurança durante as eleições. Ontem de manhã, Ayres Britto debateu o assunto com o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, Raul Jungmann (PPS-PE), que defende a impugnação dos candidatos ligados a milícias e ao tráfico.A discussão sobre a possibilidade de um reforço na segurança do Rio para a garantia da lisura das eleições ganhou força após criminosos terem ameaçado jornalistas que acompanhavam a campanha de Marcelo Crivella (PRB) na Vila Cruzeiro. O candidato não foi incomodado, mas fotógrafos de três jornais tiveram que apagar as fotografias tiradas para conseguirem deixar a comunidade.
Segundo Britto, a ação dos criminosos reforça a necessidade de se discutir o processo eleitoral na cidade. ;Ficaram vulneráveis a liberdade da imprensa, a autenticidade, a pureza do regime democrático representativo e a comunidade ficou acuada;, disse o presidente do TSE. No encontro de amanhã com o presidente do TRE-RJ, Britto pretende discutir a necessidade de um reforço da segurança e a forma como seria feita essta intervenção. ;Isso vai fazer parte da conversa com o presidente do TRE;, destacou.
Britto e Jungmann conversaram também sobre a possibilidade de impugnação de candidaturas de candidatos vinculados às milícias e ao tráfico. ;É preciso utilizar a inteligência da Polícia Federal e identificar essas ligações. Aí, o TRE e o TSE têm que impugnar e cassar essas candidaturas. Cada um tem que fazer o seu papel para reduzir essa representação do tráfico e das milícias na política;, defendeu o deputado.
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que apóia a convocação da Força Nacional de Segurança, mas ponderou: ;Quem tem que avaliar se o Rio de Janeiro precisa de força-tarefa é a autoridade eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral, fundamentalmente, e o próprio Tribunal Superior Eleitoral. Eu acredito que tudo que vier para somar e dar tranqüilidade para a população do nosso estado é sempre bem-vindo.;
Crivella apóia a proposta
Em caminhada realizada ontem, em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio, o candidato a prefeito do Rio pelo PRB, Marcelo Crivella, defendeu a criação de uma força-tarefa para atuar durante as eleições na cidade. Segundo o candidato, toda ação para garantir a perfeita realização das eleições é bem-vinda. ;Todo o esforço que se fizer para que no Rio as eleições sejam dignas, honestas e sem truculência vale a pena;, disse.
O candidato do PV a prefeito do Rio, Fernando Gabeira, se encontrou com o também candidato Chico Alencar (PSol). Os dois se cumprimentaram cordialmente e o candidato do PV assinou um ;pacto contra os feudos eleitorais;. Gabeira foi o primeiro candidato a prefeito do Rio a assinar o documento.
A idéia do pacto é que todos assinem um compromisso de sustar no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) os registros dos candidatos a vereador que, comprovadamente, estejam envolvidos com criminosos. Diz o texto: ;Repudiamos o crescente fechamento de áreas de nossa cidade ao livre para debate político-eleitoral. Denunciamos esses poderes paralelos e despóticos que adotam candidaturas e criam currais onde só eles podem transitar;.