Politica

Câmara dá reajuste a cargos públicos na Cidade Ocidental

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postado em 01/08/2008 10:38
Em pleno recesso parlamentar os nove vereadores da Cidade Ocidental, a 48 quilômetros de Brasília, foram convocados para uma sessão extraordinária na última terça-feira. Na pauta, não estavam projetos do interesse dos servidores e tampouco do município. Pelo contrário, o chamado da Mesa Diretora tinha um objetivo claro e previamente articulado: aprovar um projeto de lei que reajustava os salários do prefeito, do vice, dos secretários municipais e do presidente da Câmara. Apesar do placar apertado de cinco a quatro, o município de pouco mais de 45 mil habitantes terá de arcar com o reajuste salarial da cúpula do Executivo, que levará dos cofres públicos mais de R$ 913 mil por ano. De acordo com o projeto aprovado, o prefeito que vencer as eleições de outubro passará a receber vencimentos iguais ao dos deputados estaduais, que é de R$ 12 mil. O vice, por sua vez, deixará o salário de R$ 3,5 mil para receber cerca de R$ 9 mil. Os secretários municipais que hoje ganham R$ 3 mil vão engordar as contas bancárias com vencimentos de R$ 6,8 mil, enquanto o presidente da Câmara vai poder receber até 60% do que ganha um deputado estadual. Sobre o aumento dado à cúpula do Executivo, poucos comentários. Na cidade, a população não tem conhecimento da decisão da Câmara e a maioria governista dos vereadores garante um discurso afinado sobre o projeto. A atual prefeita, candidata a reeleição, Sônia Mello (PSDB), disse que não tinha conhecimento do reajuste e afirmou que não participou das articulações porque não tem certeza de que será eleita. ;Pode ser que eu receba esse salário ou pode ser que vá para um adversário meu. Não tenho nada com isso. Nem sei para quanto aumentou. A questão é que era difícil conseguir um bom secretariado pagando tão pouco;, comentou a prefeita. Em defesa do aumento, o vereador aliado de Sônia Mello, Ney Peres (PPS), disse que o reajuste é uma previsão constitucional e que não vê problemas em conceder à prefeita um vencimento superior ao do presidente da República. ;Equiparamos o prefeito aos deputados estaduais. Não há problemas nisso. Fizemos tudo de acordo com a lei. Tinha de ser por convocação extraordinária por causa do período eleitoral;, justificou. Contrário ao reajuste, o vereador petista Marconi de Lima atacou: ;É um verdadeiro absurdo que em um município pequeno e cheio de problemas a cúpula do Poder Executivo ganhe tão bem. É uma vergonha porque esse dinheiro tinha de ser investido em outros setores como saúde, educação e segurança;, comentou. Para o vereador, tão absurdo quanto os percentuais de reajuste foi a convocação extraordinária, que custou cerca de R$15 mil ao erário municipal, visto que cada vereador recebeu R$1.400 para trabalhar no recesso. Histórico Não é de hoje que a Cidade Ocidental protagoniza escândalos em torno dos vencimentos dos integrantes do Executivo. Na gestão passada, o falecido prefeito Plínio Araújo surgiu no noticiário nacional defendendo o reajuste salarial para R$ 8 mil e o pagamento de 15º salário. O aumento foi aprovado na época.

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