Politica

PT apoia nas eleições deste ano mais candidatos de outras legendas

Petistas disputam cinco prefeituras a menos em relação a 2004 nas grandes cidades, mas aliados ainda reclamam da hegemonia do partido nas cabeças de chapa

postado em 02/08/2008 09:17
O PT apoiará nas eleições deste ano mais candidatos de outras legendas do que na disputa anterior, considerando-se as corridas por prefeituras nas capitas e nos municípios nos quais a lei prevê o segundo turno. Em outubro, o partido terá concorrentes próprios em 58 dos 79 grandes centros do país e comporá chapa, como coadjuvante, em outras 21 localidades. Em 2004, foram 65 candidaturas próprias e 14 apoios. Segundo dirigentes petistas, os dados mostram que a sigla está mais aberta a composições com integrantes da coalizão que apóia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, colocam sob suspeita a tese segundo a qual o PT tem uma postura ;hegemonista;.

;O PT é um partido consolidado e de forte presença no cenário nacional, social e institucionalmente, o que faz com que tenha um grande número de candidatos. Além disso, a tese do suposto hegemonismo não se sustenta pela própria evolução dos números em relação à eleição anterior. O total de candidaturas próprias nos maiores municípios recuou 11%, enquanto os apoios a candidatos de outros partidos subiram 50%;, diz o secretário nacional de Comunicação do PT, Gleber Naime.

Essa análise é controversa. Divide, por exemplo, as opiniões de líderes de siglas do consórcio governista. ;A situação melhorou, mas não tanto como gostaríamos. Conseguimos num duro trabalho alianças do PT apoiando o PMDB, principalmente ao negociar com os setores petistas menos sectários;, afirma o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). O PT aderiu ao candidato do PMDB em seis dos 79 grandes centros. São eles: Goiânia, Campo Grande, Uberaba (MG), Bauru (SP), Duque de Caxias (RJ) e Ananindeua (PA).

Em 2004, o PT não aderiu ao PMDB em nenhum dos 79 grandes centros. Já os peemedebistas apóiam 10 candidatos petistas nas capitas e nos municípios nos quais há previsão de segundo turno. ;O PT chegou à conclusão, em boa hora, de que não pode governar o Brasil sozinho. O presidente Lula percebeu isso e houve um amadurecimento no processo;, acrescenta Alves. O líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA), concorda que o presidente coordena uma integração entre os partidos governistas. Ressalta, no entanto, que os petistas resistem a esse processo.

Em outubro, concorrentes petistas serão auxiliados pelo PP em 10 dos 79 grandes centros, mas não retribuirão em nenhuma cidade. ;O presidente é um grande professor da distensão partidária no país, mas o PT tem aprendido pouco. Ainda é muito sectário. Para aparar essas arestas, demorará muito tempo;, afirma Negromonte. Leia mais na edição impressa.

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