Politica

Kassab diz que Serra será o futuro presidente e ataca Marta

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postado em 04/08/2008 18:09
A cerca de três meses das eleições municipais, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), inaugurou nesta segunda-feira (4/08) seu comitê de campanha, em evento que reuniu militantes e apoiadores da coligação "São Paulo no Rumo Certo", dos partidos DEM, PMDB, PR, PV, PSC e PRP. Com poucos tucanos presentes, Kassab iniciou seu discurso homenageando o governador José Serra (PSDB), que vem sendo "disputado" entre kassabistas e os apoiadores do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), seu adversário nestas eleições. "Existe uma pessoa presente não fisicamente, mas presente em nossa administração, nos apoiando, num primeiro momento liderando a administração, [...] e que inquestionavelmente será presidente da República, e hoje é o governador de São Paulo: nosso querido José Serra", disse Kassab, dando início a um discurso de cerca de dez minutos. Ainda durante o discurso, o prefeito afirmou que "deve muito" a Serra. "Soube com sua experiência fazer o trem voltar aos trilhos", completou, em referência ao início da gestão PSDB-DEM, quando Kassab era vice de Serra, então prefeito da cidade. Para o deputado estadual Rodrigo Garcia (DEM), o apoio do PSDB é mais forte entre "aqueles que concorrem nestas eleições", mas continua existindo entre os líderes da legenda. "Existe uma outra candidatura do PSDB, mas existem muitas outras lideranças do PSDB que de maneira pública têm declarado apoio ao prefeito Kassab, e que têm feito campanha", afirmou. Desafios Além da referências à Serra, -- repetidas em outros trechos do discurso -- Kassab aproveitou ainda para atacar a candidata Marta Suplicy (PT), retomando a estratégia de chamá-la para um "desafio" de comparar a gestão PSDB-DEM e com a do PT (2001-2004). "Diariamente a Marta tem se recusado a comparar sua gestão com a nossa", afirmou. Pela manhã, após visitar as obras da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Joaquim Osório Duque Estrada, em São Mateus (zona leste da capital), o candidato havia lançado o "desafio número três" à petista, pedindo que ela apresentasse suas realizações para a "informatização da saúde" em sua gestão. Aos jornalistas, Kassab voltou a cobrar que a candidata apresente suas realizações nas áreas da saúde e da educação, estratégia que deve continuar adotando até as eleições. Aposta O ex-governador Orestes Quércia (PMDB), um dos principais articuladores da aliança com o DEM, voltou a afirmar que a decisão de apoiar Kassab foi acertada, apesar de o candidato estar estagnado na terceira colocação nas pesquisas (11%, segundo último Datafolha). "Ele vai ganhar porque é um candidato corajoso", disse aos jornalistas, ao chegar ao comitê. Segundo Quércia, ainda há "ajustes" para serem feitos na campanha, mas negou ter sido sondado por outros partidos para formalizar apoios no segundo turno. O ex-governador evitou polemizar a postura de Serra nestas eleições -- que deve manter-se neutro até o segundo turno -- e declarou que a atitude do tucano é "correta". "Ele tem um compromisso com o Kassab e um compromisso com o Alckmin [...], então ele não tem condições de dizer que apóia ou um ou o outro", afirmou. "Ela vai ajudar aquele que for para o segundo turno", disse. Quércia ainda negou que Kassab tenha usado a máquina pública para se beneficiar -- ao enviar e.mails aos subprefeitos pedindo "ação" durante a pesquisa do Datafolha-- mas afirmou que "seria melhor" se nunca tivesse ocorrido. "É uma coisa que podia não ter acontecido. Seria melhor, mas a gente vive e aprende", concluiu.

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