Jornal Correio Braziliense

Politica

Humberto Braz só falará em depoimento após acesso à transcrição de vídeo

;

O advogado Renato Moraes, que defende Humberto Braz, braço direito do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, afirmou nesta quarta-feira (6/08) que seu cliente somente falará no depoimento à Justiça Federal, em São Paulo, caso a defesa tenha acesso à transcrição do vídeo em que ele supostamente aparece tentando corromper um delegado da Polícia Federal. O delegado investigava supostos crimes cometidos pelo banqueiro, apontados na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. O juiz federal Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, aceitou denúncia contra Dantas, Braz e Hugo Chicaroni pela tentativa de corromper o delegado. Em julho, a Polícia Federal indiciou o banqueiro e mais nove pessoas investigadas na operação, que apura crimes financeiros. Eles foram indiciados sob acusação de gestão fraudulenta e formação de quadrilha. Satiagraha Deflagrada em 8 de julho, a operação resultou na prisão de Dantas, do investidor Naji Nahas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e de mais 14 pessoas suspeitas de integrarem a quadrilha. Eles, no entanto, foram soltos por decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, que concedeu habeas corpus para responder ao inquérito em liberdade. Segundo a PF, as investigações começaram há quatro anos, com o desdobramento das apurações feitas a partir de documentos relacionados com o caso mensalão. A partir de documentos enviados pelo STF para a Procuradoria da República no Estado de São Paulo, foi aberto um processo na 6ª Vara Criminal Federal. Na apuração foram identificadas pessoas e empresas supostamente beneficiadas no esquema montado pelo empresário Marcos Valério para intermediar e desviar recursos públicos. Com base nas informações e em documentos colhidos em outras investigações da Polícia Federal, os policiais apuraram a existência de uma organização criminosa, supostamente comandada por Daniel Dantas, envolvida com a prática de diversos crimes. Para a prática dos delitos, o grupo teria possuído empresas de fachada. As investigações ainda descobriram que havia uma segunda organização, formada por empresários e doleiros que supostamente atuavam no mercado financeiro para lavagem de dinheiro. O segundo grupo seria comandado pelo investidor Naji Nahas. Além de fraudes no mercado de capitais, baseadas principalmente no recebimento de informações privilegiadas, a organização teria atuado no mercado paralelo de moedas estrangeiras. Há indícios inclusive do recebimento de informações privilegiadas sobre a taxa de juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano).