Politica

Polícia Federal não grampeou STF, reafirma Tarso

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postado em 10/08/2008 16:35
Era para ser uma caminhada de apoio ao deputado estadual Alessandro Molon, candidato do PT a prefeito do Rio, pela bela orla de Ipanema e Leblon, zona sul da cidade. Mas a chuva atrapalhou os planos do ministro da Justiça, Tarso Genro, obrigado a ficar sob um toldo na Avenida Vieira Souto, conversando com Molon e outros petistas. Tarso voltou a comentar a denúncia da revista "Veja" de que houve escuta clandestina contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e até dentro do Palácio do Planalto, contra o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho. "Não acredito que tenha havido escuta no Palácio do Planalto. Mas a Polícia Federal está à disposição para investigar, se for o caso." Na véspera, em Niterói, ele já havia dito que, se houve escuta, ela não foi feita pela PF. Mas o ministro não descartou, no sábado, a possibilidade de policiais federais terem feito de forma ilegal e à revelia do comando da corporação a suposta escuta contra o presidente do STF. "Não foi feita pela instituição", declarou. "Se foi feita, foi por alguém totalmente à margem da estrutura de poder da Polícia Federal. Se houve, é uma escuta marginal." Tarso considerou o episódio "absolutamente inaceitável". "Escuta ilegal clandestina é um crime. E feita contra o Supremo, se é que existe, não é só um crime, como uma vergonha." O ministro lembrou que, se na escuta contra Mendes foi usado o Guardião, equipamento oficial da Polícia Federal para monitoramentos telefônicos, será fácil detectar a autoria do crime. O sistema exige que o usuário forneça digitais e registre a qual investigação corresponde o grampo e quem o determinou. O ministro também afirmou que é preciso avaliar o que delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha e investigou supostos crimes cometidos por dirigentes do Grupo Opportunity, quis dizer ao afirmar na CPI dos Grampos que recebeu ajuda informal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no caso. Tarso lembrou que PF e Abin seguem regras formais. "Teria de ver o que o delegado quis dizer com informais, se foi um contato de pessoa para pessoa, sem passar pelos superiores. Tem de ser avaliado se foi uma coisa legal ou se precisa ser aberta sindicância", afirmou.

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