postado em 12/08/2008 17:56
Após duas horas e 10 minutos de depoimento à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, atribuiu as denúncias contra ele sobre desvio de verba do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) à uma "grande perseguição" política.
Paulinho disse ter comprovado sua inocência ao apresentar ao delegado Rodrigo Levin um documento sobre a auditoria realizada no BNDES na qual o banco diz que os empréstimos investigados pela PF foram regulares.
O deputado evitou dar entrevista e apenas leu uma declaração, "Vou fazer uma declaração e não vou responder a nenhuma pergunta", disse Paulinho na saída da PF.
"Eu trouxe aqui ao delegado uma nota de uma auditoria no BNDES mostrando que não teve nenhuma irregularidade [nos empréstimos investigados]. Então, portanto, ficou comprovado que isso é uma grande perseguição que estão fazendo contra mim por causa do trabalho que tenho feito no Congresso Nacional", disse.
O advogado Antonio Rosella, que defende o deputado, afirmou que seu cliente não prestou depoimento e sim esclarecimentos porque ele não é investigado na Operação Santa Tereza, da PF, que investigou desvios de recursos do BNDES. Mas Rosella afirmou que o deputado respondeu a todas as perguntas feitas pelo delegado na tarde desta terça-feira.
O advogado afastou ainda a hipótese de Paulinho ser indiciado. "Na nossa opinião, em hipótese alguma [ele pode ser indiciado], porque não existe nenhum tipo de participação dele em qualquer ato e ficou comprovado que se trata de perseguição política", afirmou Rosella.
A expectativa é que nesta quarta-feira o delegado que comandou a Operação Santa Tereza participe de audiência no Conselho de Ética da Câmara. No órgão, Paulinho responde a processo por quebra de decoro parlamentar.
Se os deputados concluírem que Paulinho faltou com a ética parlamentar, ele poderá ser cassado.