postado em 12/08/2008 21:04
O ministro Carlos Ayres Britto, do STF (Supremo Tribunal Federal), deve receber dentro de uma semana o relatório completo da Polícia Federal sobre as denúncias que cercam o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP). Porém, o documento será encaminhado à Corte sem que o deputado seja indiciado pela PF, uma vez que o foro privilegiado o protege.
Por duas horas, nesta terça-feira (12/08), Paulinho reiterou ser inocente nas acusações de suposto envolvimento em um esquema de desvio de empréstimos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), revelado pela Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, deflagrada em abril. Segundo o parlamentar, é vítima de "uma grande perseguição" política. Ao prestar esclarecimentos nesta terça na Superintendência da PF em Brasília, Paulinho apresentou um documento elaborado pelo BNDES, no qual há informações de que não teriam ocorrido desvios de empréstimos. Mas policiais que investigam as acusações informaram que o documento não trouxe novos elementos às investigações. As denúncias contra Paulinho também são objeto de investigação na Câmara dos Deputados, que instaurou um processo que pode levar à cassação do mandato parlamentar do deputado por quebra de decoro. Também no Conselho de Ética da Câmara o deputado negou envolvimento com as irregularidades.
Para colaborar com as investigações na Câmara, o ministro Ayres Britto, relator do inquérito no STF, autorizou que as provas colhidas legalmente pela operação da PF poderia ser usadas no processo administrativo disciplinar instaurado contra o deputado.