postado em 13/08/2008 20:17
O depoimento do delegado da Polícia Federal Rodrigo Levin, coordenador da Operação Santa Tereza, não apresentou grandes novidades s investigações que o Conselho de Ética da Câmara está fazendo para apurar se o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), quebrou ou não o decoro parlamentar. A avaliação é do relator do processo, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), que esperava novidades no depoimento.
"O delegado trouxe alguma contribuição. Esperávamos mais dele. Esperávamos fatos novos, mais contundentes. Mas o delegado apontou pelo menos o caminho para que a gente observe bastante as escutas telefônicas em poder do conselho para análise e também as ONGs [Organizações Não-Governamentais] que receberam recursos", disse.
Segundo Paulo Piau, o delegado disse que no caso das ONGs há comprovação de que depósitos foram feitos época da liberação dos recursos.
O relator disse que o depoimento não alterou sua posição em relação culpa ou inocência do deputado Paulo Pereira. "A situação permanece a mesma coisa. Existem dúvidas no processo que precisam ser esclarecidas no sentido de localizar o envolvimento ou não do deputado na questão do decoro parlamentar".
De acordo com Piau, o delegado afirmou que tem convicção de que as provas contra Paulo Pereira estão nos autos. Portanto, prosseguiu, "cabe a nós analisar em detalhes e chegar conclusão se o deputado quebrou ou não o decoro".
Piau informou ainda que na metade do processo não é possível tirar qualquer conclusão se Paulo Pereira feriu ou não o decoro parlamentar. "Temos que avançar nas investigações para tirar nossa conclusão. Acho prematuro qualquer juízo de valor pela condenação ou absolvição do deputado Paulo Pereira".
Nesta quarta-feira (13/08), o Conselho de Ética aprovou requerimento que prorroga o prazo para conclusão do processo de 15 de setembro para 15 de dezembro. O conselho também marcou para 3 de setembro nova reunião para tomar o depoimento de outras testemunhas do caso.