postado em 14/08/2008 18:18
O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB) atacou nesta quinta-feira (14/08) o ministro Tarso Genro (Justiça). Garotinho disse ter sido informado que foi investigado pela Polícia Federal como uma ofensiva de Tarso.
Segundo o peemedebista, o ministro teria reagido a uma suposta articulação de sua parte contra a aliança do PMDB com o PT em favor da candidatura de Alessandro Molon. Por meio de assessores, Tarso disse que não comentaria as acusações de Garotinho.
Garotinho sugere quais atitudes Tarso deveria ter para colaborar com a campanha de Molon no Rio. "Se o ministro quer levantar a candidatura de Molon, deve fazê-lo politicamente, pedindo votos, mostrando as qualidades do seu candidato. E não me perseguindo, criando fatos para jogar a opinião pública contra mim em situações que amanhã nada provarão, mas cujo espetáculo na mídia já terá provocado o estrago pretendido por ele, como vingança", disse o peemedebista, no seu blog.
Garotinho disse ter sido informado que Tarso "atribuía" a ele o fim da parceria do PT com o PMDB no Rio. "Isso não é verdade. Eu desde o início fui contra, mas avisei que [o governador do Rio] Sérgio Cabral [PMDB] iria trair Molon, como de fato ocorreu. Meu propósito como presidente estadual do PMDB, não é defender o PT e sim o partido. Essa é a minha função".
Cabral foi o principal responsável pela defesa da candidatura de Molon, em uma chapa única do PT com o PMDB. Mas depois, o governador mudou de posição e lançou Eduardo Paes (PMDB) como o candidato de seu partido para concorrer às eleições. O rompimento causou um mal-estar entre os dois partidos que são aliados em nível nacional.
No seu blog, Garotinho menciona a operação da PF que desarticulou um esquema de pagamentos de propina dentro da estrutura da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio. O esquema foi descoberto durante as investigações da Operação Segurança Pública S/A.
Mas no blog, o ex-governador não menciona uma outra operação conduzida pela Delegacia Fazendária do Rio, a partir de investigações da PF, que prendeu pessoas supostamente envolvidas em licitações associadas à Secretaria Estadual de Saúde na gestão da ex-governadora Rosinha Matheus (PMDB), mulher de Garotinho.
"Mais grave do que a denúncia do que aconteceu [as investigações relativas à Operação Segurança Pública], já devidamente esclarecido da minha total inocência no caso, foi a afirmativa desse militante petista, que o ministro da Justiça, não sei se por conta própria ou por ordens superiores, pediu novas investidas contra mim", disse o ex-governador.
"Será que não basta tanta mentira? Ele teria dito a um importante integrante da PF a seguinte expressão: "É preciso aniquilar, acabar, destruir o Garotinho no Rio´", afirmou Garotinho no blog.
Segundo o ex-governador, militantes do PT "não aceitam mais a utilização de parte da Polícia Federal como arma política". De acordo com o peemedebista, pessoalmente ele não tem o que temer.
"Não tenho nada a temer. Desde que saí do governo, em abril de 2002, para me candidatar a presidente da República, espontaneamente abri meu sigilo fiscal, bancário e telefônico, através de documento enviado ao Ministério Público", afirmou o ex-governador.