postado em 15/08/2008 12:53
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) rebateu nesta sexta-feira (15/08) as acusações de que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é "eleitoreiro" e privilegiaria candidatos aliados do governo federal nas eleições municipais. Depois de participar de encontro com integrantes do PT no Distrito Federal, Dilma disse que o PAC atende a prefeitos e governadores de partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou da oposição.
"O PAC foi feito assim: chamamos todos os governadores e todos os prefeitos e juntamente com governadores e prefeitos escolhemos os projetos que iam ser contemplados com os recursos do PAC, de comum acordo. Ao fazer isso o governo mostrou que estava rompendo com a prática tradicional de clientelismo no Brasil. Isso é que explica que o PAC, no seu nascedouro, não é um programa eleitoreiro", afirmou.
Intitulada por Lula como a "mãe do PAC", Dilma disse que o programa encerrou "práticas clientelistas" e com a política do "é dando que se recebe". ""Faz parte do processo de reforma política acabar com o clientelismo. Uma das características piores do clientelismo é aquela relação antiga em que o Executivo só transfere recursos para os partidos da base de sustentação, e não para os partidos de oposição. Isso foi a grande contribuição do governo Lula e para a modificação de uma reforma política na prática", afirmou.
Segundo Dilma, as conseqüências de práticas "clientelistas" são restrições e prejuízos ao "interesse da população brasileira". "A transferência de recurso não tem de ser feita olhando a adesão política do governador ou do prefeito. Ela tem de ser feita olhando o interesse da população. É isso que acaba com o eleitoralismo de um programa.".
Apontada como a virtual sucessora de Lula com apoio do PT, Dilma enfrenta no próprio partido a disputa com o colega-ministro Tarso Genro (Justiça) - que também pretende sair candidato a presidente da República.
Mas oficialmente tanto Dilma como Tarso negam suas intenções. Porém, integrantes do PT confirmam que ambos sonham com o Palácio do Planalto e articulam discretamente detalhes para a campanha rumo a 2010.