postado em 15/08/2008 13:22
Brasília - Criticado por vários integrantes do Conselho de Ética da Câmara, o presidente do órgão, Sérgio Moraes (PTB-RS), deve ser pressionado a deixar o cargo. Um dos que lidera o movimento pela saída de Moraes é o deputado Dagoberto (PDT-MS), que marcou reunião com o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para apelar que ele substitua o petebista.
"A preocupação de vários integrantes do conselho é que a forma como o deputado Sérgio Moraes conduz pode vir a desmoralizar por completo o órgão que se destina a tratar da ética na Câmara. Não posso concordar com o que vem ocorrendo. As providências têm de ser tomadas e são urgentes", disse Dagoberto à *Folha Online*.
O descontentamento com Moraes se agravou nesta quarta-feira (13/08), quando os deputados souberam que ele disse ser "constrangedor" julgar colegas --motivo que justificaria a extinção do Conselho de Ética. Em conversa com jornalistas, o presidente do órgão disse ser favorável que os deputados, acusados de quebra de decoro parlamentar, sejam julgados pelo Judiciário.
"O que ele [Sérgio Moraes] afirmou é inadmissível. Nem tudo que é legal é ético. Jamais um presidente do Conselho de Ética pode pensar ou agir desta maneira. A impressão que eu tenho é que ele [Moraes] nem sabe do que se trata o conselho", disse Dagoberto.
Acompanhado por um grupo de cinco deputados, Dagoberto procurou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO). Na conversa, eles pediram que o PTB substitua Moraes. Dagoberto disse, porém, que Jovair apelou para que os parlamentares tenham mais paciência com o petebista porque é a primeira vez que ele exerce a função no Conselho de Ética.
"Não é possível manter um Sérgio Moraes no lugar que pertenceu a Ricardo Izar [morto em maio deste ano]. Há o risco de o órgão virar pó. Temo por isso", afirmou Dagoberto. "Não acredito que ele [Moraes] mude de posição. Ele é autoritário", reiterou.
Procurado pela *Folha Online*, Moraes não foi localizado para responder às críticas dos integrantes do conselho nem comentar o movimento para que seja substituído na presidência do órgão.