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Águas Lindas: assassino de candidato teria confundido alvo

Polícia investiga hipótese de que crime contra candidato à Câmara Municipal de Águas Lindas ocorreu por engano. O tiro, segundo a tese, deveria atingir um ex-vereador, parecido fisicamente com o morto

postado em 26/08/2008 09:03
A Polícia Civil de Goiás prendeu um dos acusados de participação no assassinato de José Venceslau da Costa (PP), candidato a vereador em Águas Lindas (GO). E identificou a pessoa apontada como responsável pelo disparo à queima-roupa durante comício de Geraldo Messias (PP), que disputa a prefeitura da cidade. A investigação policial caminha para a tese de que Venceslau foi morto por engano. Ele era parecido com Francisco de Souza, conhecido popularmente como Ceará, que se envolveu numa desavença com os dois principais suspeitos cerca de 40 minutos antes de crime. Até agora, o depoimento de Ceará, um ex-vereador da cidade, tem sido considerado crucial para a polícia. A Polícia Civil de Águas Lindas destacou oito equipes para prender o último suspeito. A expectativa da delegada Ana Cristina Hasegawa, que preside o inquérito, é de detê-lo até quarta-feira. Informação que chegou às autoridades é que o foragido desapareceu de Águas Lindas no dia seguinte ao crime, ocorrido na noite de terça-feira. Familiares do suspeito disseram à Polícia Civil que ele viajou a trabalho, mas desde então não têm nenhuma informação dele. Segundo uma fonte policial destacada para prendê-lo, ele estaria escondido na Bahia. A Polícia Civil prendeu Edivan no sábado passado após depoimento de Ceará, que já foi vereador de Águas Lindas. Ele disse ao Correio que se envolveu numa briga com o suspeito para defender suas vizinhas que estavam no comício. O desentendimento começou porque uma mulher segurava uma bandeira do PP e o rapaz sentiu-se incomodado. Após discussão e troca de palavrões houve princípio de briga. ;Ele ameaçou bater na moça que estava do meu lado e eu defendi ela. Dei um empurrão nele e ele caiu no chão;, afirmou o Ceará. Edivan é apontado como cúmplice por ter dado fuga ao assassino numa motocicleta. Segundo a delegada, o rapaz que fugiu também estava no comício e é amigo próximo do suspeito preso. A Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias baseada na série de contradições da versão que Edivan deu à polícia. No depoimento às autoridades, ele disse que depois da briga com Ceará pediu uma carona para casa porque estava se sentindo mal e quando voltou ao comício o crime já teria ocorrido. Fontes policiais alegaram que a própria mulher de Edivan, sua acompanhante no comício, negou a versão do marido e disse que ele ficou no ato eleitoral durante todo o tempo. Apesar da investigação avançada, a delegada Ana Cristina Hasegawa é cautelosa com relação à história do crime. ;O cenário ainda está bastante nebuloso;, disse a delegada. Depoimentos de familiares do rapaz foragido dão informações diferentes, mas relevantes, da história. Segundo eles, quem teria se envolvido na briga com Ceará foi o suspeito que ainda não foi preso, não Edivan. Outra contradição é o retrato falado feito no dia seguinte ao crime pela polícia com ajuda de uma testemunha ocular. Pela descrição, o criminoso teria a pele bem escura, mas o suspeito foragido é pardo. A mesma testemunha disse que o assassino estaria usando uma camisa preta, mas outras pessoas ouvidas pela polícia afirmaram que quem efetuou o disparo estava com uma camiseta amarela. Com algumas lacunas, outras hipóteses do crime são consideradas. Venceslau teria uma desavença antiga com traficantes locais por conta de familiares. Na época, segundo relato de vizinhos, ele, a mulher e os filhos se esconderam na casa de amigos para evitar os criminosos.

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