postado em 26/08/2008 12:47
O governador de São Paulo, José Serra, manifestou a tucanos a sua insatisfação com a estratégia de campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Prefeitura de São Paulo: de ataque à gestão Gilberto Kassab (DEM).
Dizendo-se atingido pelas críticas, o governador alega que não terá condições de atuar na campanha --como exigem os alckmistas-- depois de tantos ataques à sua gestão.
À frente da prefeitura de 2005 a 2006, Serra está especialmente contrariado com as críticas à área de saúde. O governador --que chegou a gravar um depoimento em apoio a Alckmin-- pedira ao tucano que evitasse ataques a Kassab, mantendo os canais abertos para um eventual segundo turno.
Após listar ações na saúde, o secretário municipal de saúde, Januário Montone, lamentou. "É muito triste ouvir críticas do Alckmin, principalmente na área da saúde, que foi e é a prioridade absoluta do Serra e do Kassab e onde avançamos tanto", desabafou: "Revolta constatar que ao romper com a disposição inicial de fazer uma campanha propositiva e sem ataques, ele resolva atirar nos seus e não na Marta".
O secretário de Planejamento, Manuelito Magalhães, disse duvidar do aval de Alckmin à estratégia. "Atacar os 40% de ótimo e bom do Kassab é agredir a inteligência do paulistano, além de atacar o próprio Serra".
Para o secretário de Educação, Alexandre Schneider, esse "não é o momento de brigar pelos jornais". "Meu papel é fazer com que o programa do PSDB seja cumprido até o fim." Alfinetadas.
Disposto a conquistar o eleitor de Alckmin, Kassab se limitou a alfinetadas. "Não vou polemizar porque minha campanha tem o que mostrar. Tem a minha gestão e comparações com a ex-prefeita." Já no rádio, Kassab contra-atacou Alckmin pela primeira vez. O revide se deu ontem, em conversa entre personagens que participam de uma espécie de mesa redonda no programa de rádio do democrata.
"Você pega muito no pé da Marta. O Geraldo não ajudou a acabar com as escolas de lata e disso você não fala", afirmou um. "Falo, sim. Falo que o prefeito e o governador hoje se entendem. Antes não se entendiam", respondeu o outro.
Até ontem, Kassab mantinha a linha de atacar Marta Suplicy (PT) e ignorar Alckmin. Coordenadores do marketing do democrata dizem que essa não será uma tendência da campanha, que permanece a estratégia de exaltar ações de gestão kassabista na prefeitura e compará-la à da petista. A provocação a Alckmin ontem, garantem, foi um "fato isolado".