Politica

Clima de estresse marca campanha de Alckmin em SP

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postado em 26/08/2008 16:24
O candidato do PSDB à Prefeitura da capital paulista, Geraldo Alckmin, voltou a insistir nesta terça-feira (26/08) que a queda de oito pontos porcentuais registrada na pesquisa Datafolha, divulgada no sábado, não vai afetar a linha "zen" que ele pretende imprimir em sua campanha. Apesar do discurso, o corpo-a-corpo do tucano, no bairro do Jaçanã, na zona norte da cidade, foi marcado por um clima de estresse entre candidatos a vereador e cabos eleitorais que o acompanharam. Antes mesmo do candidato da coligação "São Paulo, na Melhor Direção" (PSDB-PTB-PHS-PSL-PSDC) chegar ao bairro, cabos eleitorais falavam nervosos ao celular, organizando o posicionamento estratégico de cada grupo pela Avenida Guapira. E a apreensão ficava ainda mais evidente com o atraso do candidato que demorou cerca de duas horas para chegar ao local da caminhada. Impacientes, os correligionários tentavam disfarçar o atraso com dois carros de som, um tocando o jingle do candidato e outro, o de um candidato a vereador. Enquanto isso, dezenas de cabos eleitorais vestidos de amarelo e azul agitavam bandeiras e distribuíam panfletos. A preocupação de quem acompanhava o candidato era fazê-lo parecer o mais querido e popular possível. Correligionários de Alckmin gritavam entre si para que o roteiro determinado fosse seguido e que a caminhada avançasse mais rápido. Ordenavam ainda que cabos eleitorais, de bandeiras em punho, se posicionassem à frente do grupo para saudar Alckmin. No meio de tanto empurra-empurra de cabos eleitorais, muitos populares não conseguiram sequer chegar perto do candidato. Dedicação extra A agenda de hoje de Alckmin foi uma mostra da dedicação extra da equipe de campanha, depois dos resultados negativos na última pesquisa Datafolha e também da pesquisa Ibope, contratada pelo jornal O Estado de S.Paulo e pela Rede Globo, divulgada no dia 15 de agosto e na qual ele registrou queda de cinco porcentuais. Se antes dessas pesquisas o tucano dedicava, ao máximo, dois dias por semana para o corpo-a-corpo, hoje ele teve duas caminhadas, além de três eventos em uma entidade de classe, jornal de bairro e associação de deficientes. "Estamos acelerando forte. Será o dia todo de trabalho", admitiu o candidato, negando que o novo ritmo seja conseqüência da queda nas pesquisas de intenção de voto. "À medida que se aproximam as eleições, tem mais clima. A rua fica mais importante". Ele minimizou, mais uma vez, os resultados da pesquisa Datafolha, classificando-a de "fotografia de um momento". Alckmin disse que a queda brusca é uma "oscilação natural" e tentou achar algo positivo no mau resultado. "Acho até melhor começar de um patamar menor porque a tendência será crescer", disse, ignorando o fato de que, no início da campanha, em julho, tinha 32% das intenções de voto e que, agora, a pouco mais de 40 dias das eleições, caiu para 24%.

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