postado em 26/08/2008 21:48
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas, da Câmara dos Deputados, toma amanhã (27), a partir das 14h30, o depoimento de Avner Shemesh, dono da agência de investigação Online Security EG Sistemas de Segurança Ltda.
Avner é um ex-agente israelense, cuja empresa de sua propriedade teria atuado junto com a Kroll em investigações para o banqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity.
Em depoimento na CPI, no dia 13 último, o banqueiro Daniel Dantas disse que a empresa Kroll foi contratada para investigar se houve alguma ilegalidade no valor imposto pela Justiça para a compra da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT).
Segundo Dantas, na disputa estavam a Brasil Telecom e a Telecom Itália, sócias na época, e, para resolver a questão, a Justiça determinou que a empresa deveria ser vendida por US$ 800 milhões Quem venceu a disputa foi a Brasil Telecom, que havia oferecido US$ 750 milhões e teve de pagar US$ 50 milhões a mais pela companhia Rio Grandense de Telecomunicações.
A função da Kroll era investigar para onde teria ido esse valor pago a mais pela Brasil Telecom, segundo o banqueiro. "US$ 800 milhões saíram dos cofres da Brasil Telecom e foram para os cofres da Telefonica da Espanha, e daí podem ter tido destinos distintos. A função da Kroll era investigar se esse dinheiro teria tido um destino ilícito", explicou Dantas.
Ele também afirmou que a Kroll teria sido contratada em outras ocasiões pela Telecom Itália. Uma delas foi durante a época da privatização. Nesse caso a Telecom Itália queria evitar que o preço que ela iria oferecer na compra de uma empresa fosse antecipado aos concorrentes.
"De fato a Kroll prestou esse serviço. A Telecom Itália foi a contratante, não o consórcio, e quando surgiu o problema dos grampos, ele não dizia mais respeito Telecom Itália, ele não tinha mais nenhuma materialidade em si", explicou o banqueiro.