postado em 27/08/2008 20:23
As UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) do governo do Estado do Rio de Janeiro continuam sendo o front da batalha que opõe, de um lado, o governador Sérgio Cabral e o candidato a prefeito da capital Eduardo Paes, ambos do PMDB, e, de outro, o prefeito Cesar Maia e a candidata Solange Amaral, ambos do DEM.
Solange acusou a iniciativa de ser eleitoreira. "A UPA é uma unidade instalada sem servidores públicos, sem licitação. Quero saber o que o Estado vai fazer com os seus hospitais públicos. Parece que não tem proposta para eles", disparou durante sabatina promovida pelo jornal "O Estado de S.Paulo". "Por que razão não se investe nos hospitais Carlos Chagas, Albert Schweitzer? Tenho suspeita de que as UPAs sejam uma iniciativa eleitoral.".
Já o prefeito também retomou o ataque, dizendo que Cabral queria usar a área onde fica o Parque Ary Barroso, que é um bem tombado pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) --órgão do governo do Estado. "Parece que ele só conhece a cidade pela TV", provocou.
A polêmica começou ontem, depois que Cabral acusou a prefeitura de fazer jogo político ao não ceder um terreno na Penha para a construção de uma nova UPA. Cesar chamou Cabral de "bobão" e o acusou de jogos de esperteza. As UPAs são o carro-chefe da política sanitária do governo estadual e do programa de governo de Eduardo Paes.
Procurados pela reportagem da *Folha Online*, Cabral e Paes preferiram não se pronunciar. Em evento na cidade de São Gonçalo, Cabral anunciou a inauguração de uma UPA no município da região metropolitana do Rio até o fim do ano.
Em nota, a Sesdec (Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil) negou que não haja licitações para as UPAs 24h. Com relação aos funcionários, afirmou que a maioria é formada por bombeiros, "que portanto são servidores aprovados em concurso público".
De acordo com a secretaria, além dos bombeiros, trabalham nas UPAs médicos contratados por meio de cooperativas. "A Sesdec ressalta que, a partir de outubro, esses médicos cooperados começarão a ser substituídos por médicos aprovados no concurso realizado recentemente pelo Corpo de Bombeiros", finaliza.