postado em 27/08/2008 20:31
O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM), descartou nesta quarta-feira a hipótese de aceitar um convite para continuar na administração municipal caso a candidata Solange Amaral (DEM) vença a disputa pela Prefeitura do Rio. Em rota de colisão com o governador Sérgio Cabral (PMDB), Maia disse em entrevista que, em vez do Senado, pode disputar o governo estadual em 2010.
Maia e Cabral trocaram farpas ontem por causa da decisão da prefeitura de não ceder um terreno na Penha para a instalação de uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Estado. O governador reclamou de jogo político com a Saúde e o alcaide respondeu chamando Cabral de "bobão" e alegando que o local cedido é uma praça que é tombada pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), do próprio governo estadual.
O prefeito, que antes não escondia o desejo de disputar uma cadeira no Senado Federal, sinalizou uma mudança de planos. "Pelo jeito vou ser candidato a governador. O governo Cabral é um desastre de grandes proporções", disse.
Solange Amaral
Embora se apresente como candidata para um governo "pós-Cesar Maia", a deputada do DEM Solange Amaral revelou hoje o desejo de convidar o atual prefeito para permanecer na administração municipal.
"Ele não falou nada, mas ando pensando. Ele é um mago das finanças, um grande economista", disse, durante sabatina promovida pelo jornal "O Estado de S.Paulo" na sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
Questionada sobre o cargo que seria destinado a Cesar Maia, Solange foi evasiva. "Eu estou pensando em vários nomes, para várias áreas. Só eu e meu travesseiro sabemos quem vai trabalhar comigo na prefeitura. No dia seguinte da vitória, eu apresento.".
Maia disse que, caso Solange se eleja, ficará fora do governo, apenas como "um companheiro de partido disponível para quaisquer questões" que sua experiência possa servir. Ele afirmou que atuará no âmbito da Fundação Liberdade e Cidadania, do DEM, "opinando, quando solicitado".