Politica

Na posse de Juca, Lula elogia Gil e ironiza filiação partidária do ex-ministro

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postado em 28/08/2008 16:59
O novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, foi empossado no cargo nesta quinta-feira (28/08) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cerimônia no Palácio do Planalto. Sociólogo, Juca Ferreira foi secretário-executivo da pasta na gestão de Gilberto Gil, que deixou o cargo em julho. Bem humorado, o presidente abusou da informalidade e já iniciou a solenidade quebrando o protocolo do Palácio do Planalto, que não permite discursos de ministros -- antecessores ou sucessores -- nas cerimônias de posse. Lula, no entanto, cedeu a palavra ao ex-ministro Gilberto Gil. No discurso improvisado, o presidente afirmou que considera "gratificante" a parceria com Gilberto Gil no governo e reconheceu que fez o convite em uma tentativa de atrair o PV para a base aliada. "Qual não foi minha surpresa quando descobri que o Gil não era militante do PV coisa nenhuma. É um grande artista e um grande ambientalista. Mas o Gil não precisa representar partido nenhum", afirmou Lula. Em seguida, acrescentou: "Imagina se eu exigisse que o Chico Buarque entrasse no meu partido? Certamente, ficaria mais chato. Imagina se o Caetano entrasse para o PSDB? Certamente, ficaria mais chato", brincou o presidente, arrancando risos dos convidados. Lula disse ainda que o ex-ministro conseguiu implementar uma política cultural de Estado, "rompendo privilégios" no acesso aos recursos. E ao novo ministro, aconselhou que aprenda rapidamente o caminho para engordar a verba destinada ao Ministério da Cultura, não restringindo a "briga" por recursos do Orçamento ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "É importante que você de vez em quando chore para a Dilma (chefe da Casa Civil) também", disse Lula. Mas foi a Gilberto Gil que o presidente rendeu grande homenagem. "Não sei quanto tempo o Brasil vai levar para ter um ministro da qualidade do Gil na Cultura", afirmou o presidente. Gilberto Gil, por sua vez, afirmou que seu grande trabalho foi fazer com que o Ministério da Cultura tivesse sua importância reconhecida pelo governo e pela sociedade, e referiu-se a seu sucessor como uma "figura exponencial" na sua equipe.

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