postado em 29/08/2008 16:55
A candidata a prefeita do Rio do PC do B, Jandira Feghali (PC do B), ironizou nesta sexta-feira (29/08) os adversários Alessandro Molon (PT) e Eduardo Paes (PMDB), que também reivindicam o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as suas candidaturas. Em sabatina promovida pelo jornal "O Estado de S. Paulo", a comunista criticou a disputa pela imagem do petista. Sem citar nomes, Jandira mencionou que um adversário aliado de Lula era "adolescente" na primeira eleição disputada pelo presidente. "A nossa relação com o Lula é natural, não precisa disputar quem vai botar imagem na TV. Eu apoio o Lula desde 1989. Talvez alguns candidatos ainda fossem adolescentes nessa época", disse a candidata. Na época, Molon tinha 18, e ela 32.
Referindo-se a Eduardo Paes, que já foi filiado ao PFL (atual DEM) e ao PSDB, Jandira também reclamou dos que "dizem que são da base do presidente, mas nunca votaram nele".
Voto útil
A candidata negou que o apelo pela concentração dos votos "progressistas" no candidato com mais chance de ir para o segundo turno --no caso, ela própria-- seja um apelo ao voto útil. A declaração feita segunda-feira, 39 dias antes do primeiro turno, irritou os candidatos Molon, Chico Alencar (PSOL), Paulo Ramos (PDT) e Eduardo Serra (PCB). Jandira reforçou o pedido. "Peço a quem tem uma visão avançada e progressista que fortaleça a candidatura que tem chances de ir para o segundo turno. Fiz um apelo ao eleitor para pensar qual segundo turno ele quer" A comunista negou uma estratégia para crescer sobre o eleitorado dos outros candidatos de esquerda.
"Eu estou buscando todos os votos. O progressista, que é a minha identidade, e o de todo mundo. O voto que vier do [eleitor do] Crivella é muito bem vindo. Quem vota no Eduardo Paes também pode enxergar no meu projeto um projeto melhor", afirmou.
Jandira, que nas últimas pesquisas do Ibope e do Datafolha perdeu o segundo lugar para Eduardo Paes, reclamou de uma "disputa desigual" contra os candidatos apoiados pelas máquinas administrativas. *Aborto* Ao comentar as propostas para a cidade, ela prometeu a construção de 80 mil moradias populares por ano (os outros candidatos prometem 100 mil em quatro anos), auditoria em todas as contas da gestão Cesar Maia e o fim das epidemias de dengue.
A ex-deputada federal, que deu parecer favorável a um projeto de descriminalização do aborto, também amenizou o discurso sobre o tema. "Como médica o que eu quero é eliminar os abortos, com um bom planejamento familiar e uma boa prevenção de gravidez na adolescência. Uma gestão pública que não faz planejamento familiar, não dá acesso aos métodos contraceptivos, não orienta e não educa é a maior responsável por existirem abortos na cidade", disse.